quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Doces Lembranças Rede solidária

Por: Vera Longuini veralonguini@ateliedanoticia.com.br Todos os anos, graças à ajuda dos meus queridos amigos, conseguimos presentear centenas de crianças, além dos idosos, atendidos pelo MAE – Movimento Assistencial Espírita -Maria Rosa e por mais cinco creches localizada na região dos Amarais. Esse ano, no total, serão presenteadas cerca de 350 crianças e 70 idosas. O bacana dessa campanha, mais do que o prazer de fazer aquelas pessoas felizes, é conseguir envolver tanta gente numa ação de solidariedade e amor ao próximo. Cada amiga ou amigo “adota” uma das pessoas assistidas e coloca todo o seu carinho na compra de brinquedos, roupas, livros e produtos de higiene pessoal que serão colocados nas sacolinhas vermelhas e verdes confeccionadas pelas voluntárias da Sala de Costura da entidade. Tudo é muito organizado, planificado e conferido. Para as idosas, esse ano os presentes serão um jogo de toalhas de banho e de rosto, uma sombrinha e creme hidratante, além dos produtos de higiene pessoal. Os padrinhos estão espalhados pelas redações dos jornais e TVs de Campinas e entre as nossas amizades pessoais. Do Jardim Chapadão, temos, há anos, a efetiva participação da família do José Carlos Tavares (a esposa Rosa Guedes e as filhas Renata e Ana Leda), das irmãs Perallis (Susi Mara e Sueli), da Elizete Marcolino Belinazo, da Lázara Paes Leme e do Clóvis Cordeiro, da Marcia Barcellos de Moraes, da Conceição Costa e do Ivan Fontana e da Laine Turatti que, aliás, ajuda na adoção de mais de 60 pessoas na redação do Correio Popular. O Colégio Educap também colabora sempre. E muito. Para a nossa campanha de Natal deste ano foram arrecadadas e doadas centenas de escovas e cremes dental para compor os kits de higiene pessoal que muitas pessoas se esquecem de colocar nas sacolinhas. Talvez a direção da escola e os alunos não percebam a dimensão da grande ação social feita por eles. É preciso muito agradecimento a todos. Essa rede é feita há mais de 25 anos. Se um ano um dos doadores falha e não pode participar, aparece outro no lugar. Nunca ficamos nenhum ano sem poder atender a todas as crianças e idosos que fazem parte da lista que nos é encaminhada pela Regina, assistente social da entidade. Além dos presentes, ainda conseguimos cestas de Natal e panetones para as famílias. Quando sobre um dinheirinho, colocamos até um frango congelado. O que para nós é tão pouco, para aquelas pessoas é motivo de grande festa. Para a maioria, é o único presente que de Natal. Talvez, o único durante o ano inteiro. Mais do que o presente, vemos nos olhos daquelas pessoas o prazer de desembrulhar um pacote, de tirar o plástico de um produto novinho em folha, que foi comprado especialmente para elas. A gente pode ver o sorriso não só nos lábios, mas, principalmente, no olhar. Podemos sentir a emoção das sobrancelhas levantadas e dos olhos arregalados quando os laços das fitas que fecham as sacolinhas são desatados. Eles nos retribuem com uma emoção que nenhum dinheiro é capaz de pagar. Todas as crianças e idosos estão adotadas e terão um Natal mais feliz este ano. Mas nós, os doadores, estaremos ganhando muito mais do que todos esses assistidos Quem quiser comprovar e essa alegria e participar da entrega é só comparecer à sede do MAE MarIa Rosa, , às 10h do dia 15 de dezembro para nos ajudar na entrega das sacolinhas. A entidade fica na Rua Vicente Palombo, 34, Jardim Campineiro. Como todo PAI se emociona com a alegria de seus filhos, certamente o aniversariante do dia 25 deve ficar muito contente ao ver a sua prole feliz.

domingo, 16 de junho de 2013

Tão longe, mas nada distante.

A vida sempre nos reserva agradáveis oportunidades e surpresas. Conforme já contei diversas vezes aqui, foi graças a esse espaço no qual publico as minhas Doces Lembranças que tive a oportunidade de reencontrar meus amigos e amigas de infância e adolescência e suas famílias. A Sueli Perallis Weidner foi uma delas. Graças aos encontros das “meninas” do Castelo, sempre que ela está no Brasil, visitando seus familiares, temos a oportunidade de bater papos bem gostosos. Faz mais de 10 anos que a Sueli mora em Kleve, uma agradável cidade alemã, que fica na fronteira com a Holanda. Mais ou menos 1h30 de carro. O ano passado, quando estive na Holanda com a equipe da Expoflora, pensei em visita-la, mas como eu fazia parte de um grupo de trabalho e o tempo foi mais escasso do que eu previa, adiei meus planos. Mas, prometi a mim mesma que na primeira oportunidade que eu tivesse de viajar novamente para a Europa faria uma visita à minha amiga. A oportunidade surgiu no final de abril – motivo pelo qual não consegui escrever as Doces Lembranças para publicação na edição passada -, quando fui novamente a trabalho para a Holanda. Dessa vez eu torci muito para que os meus compromissos – lá e aqui – permitissem que eu pudesse esticar um pouquinho a viagem e fizesse uma rápida visita a ela. Como quem deseja muito uma coisa e lança esse desejo ao universo consegue realiza-lo, lá fui eu, no inicio desse mês, conhecer a encantadora cidade onde vivem a Sueli e o Karl. Com toda a gentileza que é peculiar das famílias Perallis e Weidner, a Sueli e o Karl foram me buscar em Alsmeer, a cidade holandesa onde eu estava e, antes de seguir para Kleve, aproveitei para levá-los ao Keukenhof, um parque localizado em Lisse, pertinho de Amsterdam, e que abre somente dois meses durante o ano para que as pessoas possam admirar os magníficos canteiros e as exposições de flores. Nem preciso dizer quanto agradável foi o nosso dia.
Sueli, a sogra dona Oma e o marido Karl Fui recebida com tanto carinho e generosidade pelos meus amigos que nem imagino como retribuir. A Sueli, uma excepcional chef de cozinha, fêz de tudo para que experimentasse os mais tradicionais e deliciosos pratos da culinária alemã. O Karl, agora meu amigão também de copo, caprichou na escolha das cervejas e vinhos. Uma acolhida daquelas que aquece a alma e o coração. A Sueli foi uma guia turística maravilhosa e me levou para caminhadas pelo bosque próximo à sua casa, para conhecer o cemitério dos ingleses, construído logo após o término da II Guerra Mundial (um lugar incrível que guarda parte importante da história), os lugares mais lindos de Kleve, e, ainda, permitiu que eu compartilhasse de seu dia a dia e de seus amigos. Conversamos tanto, mas tanto, que ela ainda deve estar descansando os seus ouvidos. O bacana de tudo isso, o grande aprendizado que fica, é que o tempo e a distância são muito relativos e, tanto um como o outro, apenas são longos se não tivermos as pessoas dentro dos nossos corações. Pois, quando estamos próximos em pensamentos e em ideais de amizade ou de amor, nem o tempo e em a distância existem. Obrigada, Sueli e Karl pela hospitalidade e pelo carinho. Está em pé o jantarzinho em minha casa quando vocês vierem ao Brasil. Espero que seja em breve. Agradeço a Deus a oportunidade que ele me deu de poder estar com vocês. Eu, simplesmente, adorei. Por: Vera Longuini: jornalista e escritora -vera@ateliedanoticia.com.br

terça-feira, 9 de abril de 2013

Doces lembranças... Seleção de amigos

A década de 1970 se aproximava quando um pequeno grupo de amigos do Jardim Chapadão, na faixa dos 15 aos 17 anos de idade, decidiu formar um time de futebol. Mas, o time não era acessível para qualquer um, embora a intenção, desde o início, era a de participar apenas de jogos amistosos. Para vestir a camisa nas partidas contra equipes de cidades vizinhas e do Circuito das Águas era preciso ser amigo próximo ou muito amigo de um amigo que já estava escalado no time. A escolha era feita a dedo. Por isso, o time de futebol recebeu o nome de Seleto. Entre os fundadores do Seleto, em 1968, estavam o Edson Cardoso, o Dagmar Porto Filho (Portinho), o Luis Augusto Pianca, o Marcio Rubens Junque e o Vanderlei Pinton. Em seguida chegaram os irmãos Celso e o Ronaldo (Lilão) Perallis, o Armando e o Zezinho Fantinatto, além do Celso Delfini, o Gilmar Queiroz, o Renato Tedeschi, o Arlindo Silva, o Wilson Macedo e o Baltazar de Paula. O massagista do time era ninguém menos do que o Américo Fernielli, o famoso lutador mascarado Fantomas de Os Reis do Ringue, da TV Record. Esses seletos amigos desse seleto time chegaram a formar duas equipes para disputar os jogos de várzea. Pelos seus quadros passaram cerca de 50 pessoas nos aproximadamente 10 anos em que durou, até que os compromissos escolares, profissionais e matrimoniais levaram cada um para o seu destino. Mas eis que, em 2004, quatro jovens estudantes da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Mark Elliot Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Eduardo Saverine e Chris Hughes, criaram uma rede social e a batizaram de Facebook. Foi ali que Edson começou a procurar pelos seletos amigos, marcando os seus nomes em antigas fotos do time. Cinco apareceram para um primeiro encontro, um almoço no restaurante com o coincidente nome de Ponto 1. O segundo encontro foi em uma pizzaria na Vila Industrial e já reuniu mais gente. Traçada a estratégia de localização e organização do reencontro caberia a cada um cumprir bem o seu papel. Afinal, haviam se passado 45 anos da data da fundação do Seleto. O resultado foi um churrasco no domingo, 24 de março, em uma chácara no Jardim São Marcos, que reuniu 150 pessoas, considerando cerca de 30 ex-jogadores e seus familiares, segundo Celso Perallis, um dos organizadores da festança. Com direito a jogo em campo gramado, churrasco e show do cantor Tulio Martinelli, a festa começou às 7h e só terminou às 19h. Muitos dos amigos não se viam há mais de 35 anos. Os familiares foram apresentados e qual não foi a surpresa quando descobriu-se que os filhos de alguns já eram amigos dos filhos de outros. Sincronicidades que, sabemos, a vida seleciona para nos proporcionar constantes alegrias. Como sou amiga de alguns dos Seletos, acabei sendo convidada para a festa. E adorei. Principalmente porque esse grupo, embora tão seleto, tem uma grande seleção de histórias de contar. Vera Longuini vera@ateliedanoticia.com.br

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Chega de Saudade

Saudade é uma daquelas palavras fortes, capazes de provocar as mais diferentes emoções. Só conhecida em galego e português, essa palavra tenta descrever uma miscelânia de sentimentos que incluem o amor, a perda, a falta, a distância de alguém ou de algum lugar. Talvez por ser tão complexa é que não exista em outras línguas. Originária do latim (solitas, solitatis = solidão), com o tempo foi transformando-se ao sabor das variações da pronúncia: solitatem, solidade, soldade e, finalmente, saudade. Dizem que a palavra surgiu na época do Brasil colônia para definir a solidão dos portugueses que para cá vieram, muito longe de seus parentes e amigos. No Brasil ganhou até data especial, o Dia da Saudade, comemorado em 30 de janeiro. Exatamente no dia em que me dediquei a escrever essa crônica. De tantas lindas definições que li sobre saudade, a de Pablo Neruda é a que, para mim, melhor resume esse vulcão de sentimentos. Em um trecho de seu poema sobre Saudade, ele diz que: “é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...” Entendam como “amado” toda pessoa querida e digna de despertar em nós essa confusa mescla de sentimentos, como os dois amigos do bairro que faleceram em janeiro: José Dias e Cleyton Silva. O Zé Dias tem uma história curiosa que poucos sabem. O verdadeiro sobrenome de sua família era Said, e não Dias, como consta da sua certidão de nascimento. Seu pai, por desavenças com a família, decidiu inverter o sobrenome. O José Dias foi um funcionário público exemplar, marido dedicado da Luzia, pai do José Ricardo e excelente vizinho. Ele foi também um dos maiores colaboradores da Igreja Cristo Rei, inclusive participando ativamente da arrecadação de recursos financeiros para a sua construção, conforme já contei aqui. Foi ele quem cedeu a edícula no fundo da sua casa, na Rua Comunidade Luziada, para abrigar a nossa familia (pai, mãe e cinco filhos, imaginem!), nos dois ou três meses necessários para a reforma da nossa casa. Quem fazia isso naquele tempo? Quem faz isso hoje em dia? Quem ainda tem amigos assim? De você, José Dias, e de sua família, temos apenas boas lembranças. Quando crianças - tínhamos 6 ou 7 anos de idade -, o José Ricardo e eu só brigávamos. Na adolescência viramos amigos e muitas vezes voltámos a pé, do Circulo Militar, batendo longos papos. O Cleyton Silva era irmão do Ildeo (Guinho) e cunhado da minha irmã Regina. Ele era filho do seo Geraldo e da dona Aurora e irmão do Evandro, do Haroldo, do Moises, da Cleusa, da Ana Lucia (Luia), do Tita e do Guinho, que moravam na Rua Ana Gomes. O Cleyton, que eu me lembre, nunca morou em Campinas, já que, quando deixou Uberlândia, foi viver em São Paulo para trabalhar como radialista e, depois, como humorista. Mas passava todas as férias no Jardim Chapadão, mesmo depois que se casou com a Isis. Nós convivemos muito com seus filhos, Cleytinho, Andrea e Erica. Cleyton Silva ficou nacionalmente conhecido pelos bordões de seus personagens na TV, entre eles, “Tô di oio nu sinhô!”, “Vâmo fazê nossa postinha?”, “Pregunto!”, “Bobinho esse minino” e “Eita, fuminho bão, sô!”, no programa A praça é nossa. Ele estava no elenco da atração desde sua estreia, em 1987. Nos anos 1970 participou de alguns quadros de Os Trapalhões. Também atuou no cinema nacional, como nos filmes Pecado horizontal, Na violência do sexo e O bem dotado - O homem de Itu. José Dias e Cleyton: que Deus possa ter reservado um lugar bem bacana para vocês nessa nova etapa da vida espiritual. O que mais posso dizer? Já temos saudades. Vera Longuini veralonguini@ateliedanoticia.com.br

sábado, 19 de janeiro de 2013

DOCES LEMBRANÇAS...Fortes raízes

Daqui não saio, daqui ninguém me tira. O refrão da marchinha de carnaval, sucesso nos anos 50 de autoria de Paquito e Romeu Gentil e cantada pelos Vocalistas Tropicais, foi usado pela Susi Mara Perallis, outro dia, no facebook, numa amorosa manifestação de amor ao bairro na forma de comentário a uma foto do Balão do Castelo. Essa manifestação feita por ela levou-me a anotar os amigos que, apesar dos inúmeros caminhos que a vida lhes apresentou, acabaram voltando às suas origens ou optaram por jamais se desligarem delas. A própria Susi é um exemplo. Depois de casada viveu um tempo em São Paulo e, na primeira oportunidade, comprou uma casa no Jardim Chapadão e voltou para Campinas. Sua irmã, a Sueli, que mora há anos na Alemanha, montou para a filha Patricia um apartamento também no bairro quando ela decidiu retornar ao Brasil. A Elizete Marcolino Belinazo morou um tempo no São Conrado e, agora, está no Guanabara, mantendo firme e forte suas raízes no Chapadão, já que sua mãe, a dona Regina, ainda mora na mesma casa, na Rua Ana Gomes que frequentávamos quando crianças e adolescentes. A irmã dela, a Cristiane, também. Marcia Franciosi Nardini, quando solteira, morava na Avenida Andrade Neves e, agora, está em um condominio próximo à Igreja Cristo Rei. A Neusinha (Neusa Maria Fantini) também casou e mudou, mas, para bem perto. Deixou a vizinhança da Paróquia, mas está bem pertinho do Clube Andorinhas. O Cesar (Dadá) foi para o Parque da Hípica e há uns dois anos comprou e reformou uma casa para viver perto da mãe, a dona Laíde (Pepa), nas proximidades da Rua Orlando Carpino. A Laine Turatti casou-se com o Ivan Fontana e tentou dois novos endereços até não resistir a tentação de voltar a viver no Chapadão, perto da Escola de Cadetes. O próprio Clovis Cordeiro foi para São Paulo trabalhar na Rádio Jovem Pan e voltou. Casado com a Lazinha morou no Jardim Garcia. No entanto, assim que pode retornou ao bairro. Outros amigos nunca abandonaram o bairro, como a Célia Baptista Grassi e seu irmão Edson Baptista. Quis a vida de sorte deles que as “mudanças” que fizeram não atingissem mais do que três quarteirões. A maioria dos que foram para outros lugares e não voltaram – ainda – contaram com os pais ou avós vivendo bairro, fazendo com que o vínculo não se rompesse. Minha ultima ligação familiar com o Chapadão era o meu tio Julio Martins, que morava atrás da Igreja do Rosário até o final do ano passado. Aos 93 anos, agora viúvo, está morando no centro da cidade com a irmã mais nova. Apesar de não viver no Chapadão desde 1982, ainda me sinto integrante dessa grande comunidade graças aos fortes laços de amizade com todas essas pessoas queridas aqui citadas, que nem o tempo e nem a distância conseguiram desatar. Afinal, embora eu tenha nascido no Cambui, dos dois aos 19 anos eu vi esse bairro ser construído, casa por casa, rua por rua. E quando visito os amigos, parece que nunca sai daí. Quem sabe, um dia, eu volte. Até mesmo porque a minha história com o Chapadão fixou firmes raízes no meu coração.