domingo, 10 de maio de 2015

Doces Lembranças... As rainhas do Castelo

Impossível não falar das mães em maio. Claro que vou ho­menagear a minha, a dona Lena. Mas também quero contar um pouco das mães do Castelo (seriam as rainhas?) que eu conheci na minha infância e adolescência no bairro e que marcaram a minha vida. A mais próxima fisicamente, pois morava na casa ao lado, era a dona Ilse Baptista, mãe da Bete, do Edson, da Celinha e da Leila. Esbelta, loira e elegante, estava sempre impecá­vel. Adorava os docinhos de pinga que ela fazia nos aniversários. Era mais rigorosa do que a minha mãe, e, quando obrigava a Celinha estudar, acabava sobrando para mim, também. Outra mãe que recordo muito é da dona Ordália, mãe do Donal­do, do Carlinhos, da Diva, da Neusa, da Rose, do Carlinhos, do Clovinho e do Marquinho. Exemplo de mulher. A sua deficiência visual nunca a proibiu ou inibiu de trabalhar como costureira no Chapéus Cury e de enxergar longe as artes que os meninos aprontavam nas ruas. De braços dados com o Marquinho, saia em busca da prole para verificar o que cada um andava aprontando pelo bairro. A dona Regina, mãe do Claudio, da Cristiane, do Jaiminho, da Elizete, do Vlad e da Soraia, nos aguentou por muito tempo, quando interditávamos a calçada da sua casa para ficar as noites e tardes dos fins de semana sentados, batendo papo, paquerando. Entrávamos e saíamos da sua casa o tempo todo. O quarto das meninas não permanecia arrumado, pois estávamos sempre lá, deitadas nas camas contando nossos segredos ou experimentando as roupas que usaríamos a noite. Uma bagunça que ela suportou por anos a fio. A dona Dóris, mãe do Celso, do Lilão, da Sueli, da Susi e da Denise, foi outra que sempre nos recebeu muito bem. Lembro-me que, nos jogos na Copa do Mundo, ficávamos todos amontoados na sua sala, assistindo ao campeonato. A Luzia Dias, mãe do José Ricardo, cedeu a edícula para que ficássemos durante os meses em que nossa casa passava por reformas. E sempre nos oferecia as delicias que cozinhava quando passávamos pelo corredor lateral. Não posso deixar de falar da Vanda Alves, mãe do Roberto, da Tata (Maria Aparecida Alexandre Alves) e da Renata, que de tão amiga da minha mãe virou sua irmã e nossa tia. Saudades da Vandinha. Foi ela quem me presenteou com um shampoo e creme rinse quando completei 15 anos de idade. O primeiro da minha vida. Inesque­cível. Da Seda. Era um luxo. Pena que o espaço seja pequeno para eu falar de tantas outras queridas. Mas tem que sobrar espaço para eu falar da minha mamãe. Ah, dona Lena, quanta falta você faz. Apesar de rigorosa conosco, preferia que trouxéssemos os amigos para dentro de casa para que não incomodássemos os vi­zinhos. Tinha sempre prontos bolachinhas e doce de leite cortado no mármore, feitos em casa, para a alegria da criançada. Ao longo de sua vida, adotou como filhos os amigos que levávamos em casa e, por isso, sempre foi lembrada por muitos no Dia das Mães, com uma lembrança de agradecimento pelo seu acolhimento. A dona Ilse, a Ordália, a Vanda e a minha mãe já se foram, mas tenho certeza de que ainda velam muito por todos nós. Para elas, meu super carinho e agradecimento por terem aceitado a tarefa de nos trazer ao mundo e ter nos ensinado a ser feliz. Que Deus as proteja com toda a força e amor que elas dedicaram a nós.