quinta-feira, 7 de junho de 2012

De volta à escola

Foi só citar o Colégio Dom João Nery no último artigo para reavivar a memória de muita gente que lá estudou. Cada um tem uma história curiosa, engraçada ou, às vezes, até meio confusa para contar sobre os professores, seus comportamentos e disciplinas. Evito publicar as histórias nas quais as pessoas são ridicularizadas ou as lembranças estão longe de serem elogiosas, como as que citam aqueles que viviam de “manguaça” ou que vestiam roupas “inadequadas” ou ainda, que lançavam mão de apagadores e outros objetos, atirando-os contra os alunos para colocar ordem na classe. Outros tempos, cujos comportamentos eram considerados normais, mas que hoje poderiam ser delatados como crimes contra a infância e a juventude. Por isso, decidi escrever apenas sobre as “boas” recordações. Afinal, elas são muito mais produtivas, não é verdade? O Davilson Maltoni, por exemplo, teve a delicadeza de enviar-me um e-mail informando que o professor de Desenho, o Henrique Marchini, desenhou para ele um distintivo da Ponte Preta, guardado até hoje. Também em seu “baú” está um trabalho de Artes assinado pelo professor Nilton. A torcida masculina reclamou da ausência do nome da Orleide, professora de História, por quem a maioria suspirava. A Katia Gabriel Silva postou no facebook que o Basílio, filho do professor Martins, foi seu colega de trabalho na CPFL. Ela lembrou-se, ainda, dos professores de Educação Física não mencionados no artigo passado, como a Maria Lina, o Barbosa e o Pádua que usavam, para suas aulas, as dependências do Clube Andorinhas, no Jardim Chapadão. Foi a Katia quem também se lembrou da casa situada bem em frente ao portão do Colégio, cujo muro servia de “poleiro” para os estudantes que ali ficavam paquerando nos horários de entrada e saída das aulas. Até o dia em que o dono do imóvel decidiu passar graxa no muro para que os estudantes não o incomodassem mais. A Marina Francabandiera contou da fanfarra, cujas roupas de “bandeirantes” foram compradas graças à receita das festas juninas realizadas na escola pelos próprios alunos. Receitas que ajudaram também, segundo ela, na construção do muro que cerca do Colégio até hoje. A fanfarra conquistou o primeiro lugar já na sua estreia em um desfile de 7 de setembro, realizado na avenida Francisco Glicério, graças à chamativa fantasia marrom e amarela adornada por um grande chapéu e botas pretas. Ela cita, ainda, que os melhores alunos de cada classe tinham que usar uma fitinha verde e amarela amarrada à uma medalha do Dom João Nery pendurada por um alfinete no bolso da blusa. Os pais eram chamados para a cerimônia de entrega realizada no pátio da escola e os alunos destacados subiam ao palco para que a professora colocasse a medalha. Era um orgulho. Eu não me lembro de ter recebido nenhuma. O Miguel Samuel recorda dos tempos do primário, quando os alunos, em fila no pátio, eram obrigados a cantar o Hino Nacional. Eu me lembro que os alunos que se ofereciam para ajudar na cantina ganhavam lanche e refrigerante caçulinha. Eu ajudava sempre. A Elizabeth De Nardo, que na época chamávamos de Beth Baptista, e hoje vive nos Estados Unidos, está à procura da Alba Regina Ranzani, não sei se para rever a grande amiga ou para saber se ela ainda tem a receita do “melhor sonho do mundo”, recheado com goiabada ou creme, vendido no barzinho que o pai da Alba tinha na Rua Erasmo Braga, pertinho do Colégio. E, vejam que bacana: encontrei-me com a Cidinha Reis, esposa do Luiz Antônio e mãe da Fernanda e do Felipe. Embora só a irmã dela, a minha xará, Vera, tenha estudado no Dom João Nery, ela disse viajar no tempo com nossas lembranças, já que morava ali pertinho, na Rua Quintino Bocaiúva. Um beijão, Cidinha, e espero que você também me ajude a contar um pouco das boas lembranças que todos nós temos da nossa infância e juventude. Afinal, esse espaço é todo nosso. Vera Longuini veralonguini@ateliedanoticia.com.br