segunda-feira, 2 de maio de 2011

Solidariedade a granel




Muita gente pensa em ajudar ao próximo, mas não sabe por onde começar. A justificativa mais comum é a falta de tempo e de dinheiro para qualquer ação beneficente. Há muito tempo a vida vem me provando que a história não é bem assim. Assim como toda grande obra é sustentada por pequenos tijolos, uma boa ação é calcada no espírito de solidariedade e no amor que tomos trazemos no coração.
Os desafios, é claro, a primeira vista parecem imensos. Mas basta decidir enfrentar-los para que pessoas com vontade de ajudar surjam muitas vezes de maneiras insólitas ou inesperadas, em nosso caminho. Exemplos não me faltam nesses mais de 40 anos em que, levada pela minha mãe, decidi colaborar com o MAE Maria Rosa (antiga Sopa do Grameiro).
Um dos exemplos foi no Natal de 2010. Graças à colaboração de centenas de pessoas, conseguimos fazer com que o Papai Noel entregasse cerca de 400 sacolinhas com presentes, roupas, livros e produtos de higiene pessoal para as crianças e adolescentes do e para mais quatro creches que a própria entidade auxilia, na região dos Amarais e do bairro Matão.
Na Páscoa, não foi diferente. Tínhamos o compromisso de doar 250 ovos de chocolate para as crianças atendidas no Jardim Campineiro. Os preços praticados no mercado dificultavam a nossa tarefa. Eis que surge, pelo segundo ano consecutivo, a Marina, da Zenith Food, uma microempresa que funciona na Avenida João Erbolato, no Jardim Chapadão, para nos mostrar que nem sempre o lucro é apenas a sobra do dinheiro que entra na conta corrente.
A Marina produziu com exclusividade para a entidade, deliciosos ovos de 250 g cada, cobrando somente R$ 5,50 a unidade. A “turma do Castelo” ajudou muito, comprando caixas com 10 ovos ou passando o chapéu entre os amigos. Cada um colaborou como podia: a Laine Turati, que mora na avenida papa Pio XII, encarregou-se de arrecadar o dinheiro com os jornalistas do Correio Popular, onde trabalha. A Renata Tavares, que vive nas proximidades da Pedreira do Chapadão, fez o mesmo com o pessoal da Thema Relações Públicas. A Rosa Guedes, mãe da Renata, e a Lazinha Paes Lemes e o Clovis Cordeiro doaram caixas com 10 unidades. Mais gente ajudou: o pessoal da Embramac, capitaneado pela Vera Andrade, a Cristina Beluco, a Renata Sanches e a Valéria Salek, são algumas das amigas que estão sempre a postos em todas as campanhas nas quais nos envolvemos.
Assim, de ovo em ovo fizemos a Páscoa das crianças da entidade. Se os R$ 1.350,00 necessários nos pareceram uma fortuna no início da campanha, graças à contribuição de mais de cem pessoas, cada uma contribuindo com quanto dispunha no momento, pagamos pelos chocolates e, ainda, conseguimos cachorro quente e refrigerantes para a festinha de entrega. Parece pouco. E é, porque tem mais.
Lembram-se das quatro creches que ajudamos também no Natal? Elas pediram ajuda na Páscoa, mas a diretoria do MAE Maria Rosa explicou que estava difícil até mesmo para atender as crianças da entidade. Só que, conforme expliquei, a ajuda sempre aparece e só Deus – com certeza, só Ele mesmo – sabe de onde vem.
Na terça-feira antes da Páscoa a minha irmã Regina, que trabalha no Colégio Educap, na Vila Nova, me telefonou informando que as crianças da escola haviam feito uma campanha da Páscoa para o mãe Maria Rosa e solicitava que alguém fosse buscar as doações: óleo, macarrão, leite, achocolatado e muitos outros alimentos que garantirão as refeições para as crianças da entidade até o final do semestre.
Entre os donativos, 240 ovos de chocolate, embrulhados em sacolinhas decoradas com desenhos de coelhinhos pintados pelos alunos do Colégio. Doações suficientes para atendermos as mesmas quatro creches que ajudamos no Natal. Preciso contar mais?

Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.br

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