sexta-feira, 10 de abril de 2015

Doces Lembranças...Mas é carnaval!!!!!

Vera Longuini - veralonguini@ateliedanoticia.com.br Em fevereiro tem carnaval. Acho que tenho uma vocação particular por esta festa. Sempre gostei da folia, desde a infância. A alegria dos salões, as fantasias dos foliões e as músicas bem humoradas parecem deixara vida mais feliz. Lembro-me de quando era bem pequena, na casa da minha avô materna, na Vila Maria, em São Paulo, brincávamos o carnaval na rua e a grande diversão era jogar bexigas d´água, uns nos outros. Corríamos pela Praça Santo Eduardo, na avenida Guilherme Cotching, ou nos escondíamos na sacada do quarto do andar superior do sobrado para atirá-las sobre quem passasse pela calçada. Como os sobrados eram todos iguais, construídos em fileiras ao longo de toda a quadra, ficava difícil identificar de onde vinham as bombas de água. Mas sempre tinha alguém apertando a campainha da casada vovó para reclamar de meus primos e de mim. Nos salões dos clubes nossas fantasias eram apenas shorts, camisetas e, no máximo, um colarzinho florido. Os patrocinadores distribuíam leques de papelão. Alguns fazem isso até hoje. No Clube do Bonfim o salão da Rua Julio Ribeiro era dividido em dois, apenas por cadeiras, para separar os foliões por idade. E seguíamos dançando em circulo, como num footing numa praça, mas só que mais animado e agitado. Na adolescência, no Circulo Militar, os bailes carnavalescos aconteciam, primeiro, no Golden Roon e, depois, no Ginásio de Esportes. Superbandas, tocando ao vivo. Era uma delicia dar a volta no salão, recebendo e lançando olhares, paquerando, brincando, dançando, extravasando. Depois, viram os carnavais de rua. Reuníamos os amigos para desfilar nas Escolas de Samba Rosas de Prata e na Unidos do Salgueiro que se apresentavam na avenida Francisco Glicério. Participamos da City Banda e do Tomá na Banda, ambas criadas nos bares noturnos do Cambui, desde o início. No final, o ponto de encontro era o Ginásio do Clube Regatas, onde toda a turma da Imprensa encerrava a noite depois do trabalho de cobertura dos desfiles e salões. Nos anos 1990 o carnaval de Salvador me conquistou. E por 10 anos consecutivos voava para lá com mortalhas e abadas para ir atrás dos Trios Elétricos. Ali fiz amigos de todas as partes e, com muitos deles, mantenho forte amizade até hoje. Hoje perdeu o glamour do popular e está comercial e lotado demais. Ainda gosto da bagunça toda, de seguir as bandas pelas ruas e da alegria que o carnaval traz. Gosto também das marcinhas com suas letras críticas e satíricas que debocham dos problemas políticos e sociais. Aliás, Petrobras e falta d´água são favoritas como temas carnavalescos postados na internet. Nada de novo. A atual Sereia da Cantareira tem tanto apelo quanto o “Tomara que chova três dias sem parar”. São tantos os problemas do mundo que, por quatro dias, talvez valha a pena ironizá-los para que fiquem um pouquinho mais leves. Afinal, é carnaval e, amanhã, tudo volta ao normal!

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