tag:blogger.com,1999:blog-58019134954892331132024-02-21T04:39:45.607-08:00Doces LembrançasDoces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-72232636530121005812017-05-09T04:01:00.002-07:002017-05-09T04:05:25.276-07:00DOCES LEMBRANÇAS - A boneca aeromoçaQuando adolescentes, temos sempre aquelas amigas que nos matam de inveja.
Acho que inveja é só força de expressão, porque não existe inveja boa.
Inveja é inveja e não pode ser um bom sentimento.
Melhor mudar para “amigas que nos matam de tanta admiração”.
Melhorou. Soa muito mais positivo. Eu tenho inúmeras amigas as quais admiro.
E muito. E vou usar o retorno das “Doces Lembranças” – ausente do Jornal do Castelo desde meados de 2015 –
para, sempre que possível, ressaltar uma delas.
Enquanto eu me divertia com bonequinhas de plástico e cabelo sintético ou com as de papel
-que permitiam a compra das baratinhas cartelas de roupinhas -, essa minha amiga tinha, simplesmente,
o nome da mais famosa boneca do momento e sonho de consumo de dez entre dez crianças da década de 1960: Susi.
A boneca Susi era fabricada pela Estrela – a Barbie de hoje - e nasceu para brilhar, assim como a minha amiga que,
com seu sorriso, ilumina a tudo e a todos por onde passa. Reparem que até a sonoridade do nome é linda,
assim como ela, que sempre atraía olhares por onde passava.
Assim como a boneca, Susi sempre teve o corpo esguio e pernas finas, mas muito bem delineadas.
Os frequentadores da piscina do Círculo Militar que o digam.
Não bastasse ser agraciada com beleza e um nome de boneca, Susi sempre foi arrojada.
Quando eu ainda nem havia sonhado com a possibilidade de um dia viajar de avião, a danada já estava prestando
concurso na extinta Vasp para ser aeromoça. Se hoje em dia ainda existe todo um glamour envolvendo as comissárias de bordo, imagine naqueles anos 1980.
Ser aeromoça não representava exercer apenas uma profissão diferenciada.
Era a possibilidade de viajar pelo Brasil inteiro, cruzando as fronteiras pelos ares, enquanto nós, no máximo, atravessávamos parte de São Paulo até o Rio de Janeiro, abarrotados em até seis passageiros em carros de amigos - para economizar na viagem.
Assim, além de linda e com nome de boneca, Susi tornava-se também elegante e glamourosa com seus uniformes impecáveis.
E tem mais. Eram poucos os que tinham a oportunidade de estudar inglês além das aulas do tipo “The book is on the table” da escola pública. Sempre à frente de seu tempo, ela comprou LPs e estudou em casa, sozinha, ouvindo músicas dos Beatles e dos Rolling Stones.
Nunca deixou que o seu “sucesso” subisse à cabeça e continua, até hoje, a amiga leal, carinhosa e bacana com todos.
A Susi sempre foi alto astral. Tem um talento especial para reunir pessoas à sua volta – principalmente em sua casa -,
recebendo e atendendo todos os seus amigos com um supercarinho. Tem, ainda, uma capacidade enorme para apaziguar
as situações e sempre procura valorizar o lado bom da vida e de seus amigos.
Eu e todos os amigos e amigas a admiramos muito. Ela é ou não uma eterna boneca?Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-38198098979743871212015-06-06T18:30:00.002-07:002015-06-06T18:36:18.505-07:00 A “arte” de sobreviver
Eu não sou uma pessoa consumista, mas adoro feiras. De todos os tipos. Todas as cidades que visito, no Brasil ou no Exterior, eu procuro saber onde estão os mercados e as feirinhas para eu visitar. As de artesanato são as minhas preferidas. Admiro a capacidade dos artistas de usar os seus talentos para criar ou transformar peças, sejam elas de decoração ou utilitárias. Minha casa é uma verdadeira galeria para a exposição da arte desses profissionais.
Creio que sei os motivos pelos quais eu gosto tanto de feiras. Foi expondo seus tricôs e crochês em uma delas que minha mãe ajudou a pagar a minha faculdade e a me sustentar durante anos. Separada do meu pai e sem profissão, já que havia dedicado sua vida, até então, para cuidar do marido e dos cinco filhos, a dona Helena, ou Leninha, como era conhecida, foi obrigada pela difícil situação financeira a colocar em prática tudo o que havia aprendido com sua mãe e avós para terminar de criar meu irmão e eu, ainda solteiros, quando o marido decidiu seguir a sua vida longe da família.
Colocou literalmente a mão na massa para produzir massas caseiras (capeletti, tortelli e macarrão) e formar uma boa clientela, que até hoje lambe os beiços de saudades das suas deliciosas comidinhas. Super ágil com as agulhas e linhas, dava aulas de tricô e crochê e produzia roupinhas de bebê, blusas de lã, cachecol, meias, toalhas e caminhos de mesa para vender. <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis7LY-4nLjaxnPHove5im7riROTZmSl9ECQlLrbQ4NIp3ehqGK7z5CRBxYmZvorxSXxYgjxOKJPP2GvDjY1iuDYlJ8lhC9swoTAna4UNBNUrYrzIfKMl1E3EOmtwh3M7dPHekt3AGc3Eo/s1600/IMG_2481.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis7LY-4nLjaxnPHove5im7riROTZmSl9ECQlLrbQ4NIp3ehqGK7z5CRBxYmZvorxSXxYgjxOKJPP2GvDjY1iuDYlJ8lhC9swoTAna4UNBNUrYrzIfKMl1E3EOmtwh3M7dPHekt3AGc3Eo/s320/IMG_2481.JPG" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL_SF2wo4mxcb1VtzWW5_g-JMI_Ix7LB9QTEvqfyPQHe8Gx7J_TRWbKWMwLbIIQjseZHWWGmSGe3H9lGaG1tZfd66qRFrKhudQktpE_0Jujm2wkCDbDA1wjjkI4zqouM6iwBDFkL3czvk/s1600/V+Feira+de+Sopa+no+Canteiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL_SF2wo4mxcb1VtzWW5_g-JMI_Ix7LB9QTEvqfyPQHe8Gx7J_TRWbKWMwLbIIQjseZHWWGmSGe3H9lGaG1tZfd66qRFrKhudQktpE_0Jujm2wkCDbDA1wjjkI4zqouM6iwBDFkL3czvk/s320/V+Feira+de+Sopa+no+Canteiro.jpg" /></a></div>
Quando a Prefeitura de Campinas criou a Feira Hippie no Largo do Rosário, ela foi uma das primeiras a montar ali a sua barraquinha ao lado de cabeludos que vendiam pulseiras e artigos de couro. Depois, a Feira de Artesanato, seu nome real, passou para o Jardim Carlos Gomes e, por fim, para o Centro de Convivência Cultural onde permanece até hoje. Fez ali muitas amizades e inúmeros clientes. Além da sua própria barraca, trabalhava também em outra, da Ong MAE Maria Rosa, oferecendo parte de seus produtos e revertendo um percentual da renda para a entidade assistencial da qual era voluntária. Foi assim até aposentar-se, embora tenha continuado a vender em casa suas massas e seus trabalhos em lã.
Doces lembranças que revivi dias desses ao visitar a feira de artesanato do Guanabara, entre as ruas Oliveira Cardoso e Alferes João José. Afinal, eu morei nessa rua quando tinha dois aninhos apenas e por um período muito curto, até que meu pai comprasse um lote no Jardim Chapadão e construísse ali a nossa antiga casa.
Na visita à Feira de Artesanato encontrei velhos amigos do Castelo, comprei algumas coisinhas, almocei nas barraquinhas e conversei com os artesãos. Amei as caixas decoradas da Edna Onaga (comprei várias), as canecas do Carlos Rafael, as bonecas de pano da Maria do Carmo as cerâmicas da Alice e da Evelyn Sassaki e os trabalhos em MDF da Audrey. Muitos ainda fazem desse lindo trabalho o seu ganha-pão. Tem, também, quem não está lá por questões financeiras. Alguns fazem da produção e venda uma terapia. Recomendo aos amigos percorrer as barraquinhas e saborear as comidinhas e prestigiar esses talentosos artesãos.
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Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.br
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-241345791566927082015-05-10T18:07:00.001-07:002015-05-10T18:18:57.518-07:00Doces Lembranças... As rainhas do CasteloImpossível não falar das mães em maio. Claro que vou homenagear a minha, a dona Lena.
Mas também quero contar um pouco das mães do Castelo (seriam as rainhas?) que eu conheci
na minha infância e adolescência no bairro e que marcaram a minha vida.
A mais próxima fisicamente, pois morava na casa ao lado, era a dona Ilse Baptista,
mãe da Bete, do Edson, da Celinha e da Leila. Esbelta, loira e elegante, estava sempre impecável.
Adorava os docinhos de pinga que ela fazia nos aniversários. Era mais rigorosa do que a minha mãe, e,
quando obrigava a Celinha estudar, acabava sobrando para mim, também.
Outra mãe que recordo muito é da dona Ordália, mãe do Donaldo, do Carlinhos, da Diva, da Neusa,
da Rose, do Carlinhos, do Clovinho e do Marquinho. Exemplo de mulher. A sua deficiência visual
nunca a proibiu ou inibiu de trabalhar como costureira no Chapéus Cury e de enxergar longe as
artes que os meninos aprontavam nas ruas. De braços dados com o Marquinho, saia em busca da
prole para verificar o que cada um andava aprontando pelo bairro.
A dona Regina, mãe do Claudio, da Cristiane, do Jaiminho, da Elizete, do Vlad e da Soraia,
nos aguentou por muito tempo, quando interditávamos a calçada da sua casa para ficar as noites
e tardes dos fins de semana sentados, batendo papo, paquerando. Entrávamos e saíamos da sua casa
o tempo todo. O quarto das meninas não permanecia arrumado, pois estávamos sempre lá, deitadas
nas camas contando nossos segredos ou experimentando as roupas que usaríamos a noite.
Uma bagunça que ela suportou por anos a fio.
A dona Dóris, mãe do Celso, do Lilão, da Sueli, da Susi e da Denise, foi outra que sempre
nos recebeu muito bem. Lembro-me que, nos jogos na Copa do Mundo, ficávamos todos amontoados
na sua sala, assistindo ao campeonato. A Luzia Dias, mãe do José Ricardo, cedeu a edícula para
que ficássemos durante os meses em que nossa casa passava por reformas. E sempre nos oferecia as
delicias que cozinhava quando passávamos pelo corredor lateral.
Não posso deixar de falar da Vanda Alves, mãe do Roberto, da Tata (Maria Aparecida Alexandre Alves)
e da Renata, que de tão amiga da minha mãe virou sua irmã e nossa tia.
Saudades da Vandinha. Foi ela quem me presenteou com um shampoo e creme rinse quando completei 15 anos de idade.
O primeiro da minha vida. Inesquecível. Da Seda. Era um luxo.
Pena que o espaço seja pequeno para eu falar de tantas outras queridas.
Mas tem que sobrar espaço para eu falar da minha mamãe. Ah, dona Lena, quanta falta você faz.
Apesar de rigorosa conosco, preferia que trouxéssemos os amigos para dentro de casa para que não
incomodássemos os vizinhos. Tinha sempre prontos bolachinhas e doce de leite cortado no mármore,
feitos em casa, para a alegria da criançada. Ao longo de sua vida, adotou como filhos os amigos
que levávamos em casa e, por isso, sempre foi lembrada por muitos no Dia das Mães, com uma
lembrança de agradecimento pelo seu acolhimento.
A dona Ilse, a Ordália, a Vanda e a minha mãe já se foram, mas tenho certeza de que ainda velam muito
por todos nós. Para elas, meu super carinho e agradecimento por terem aceitado a tarefa de nos trazer
ao mundo e ter nos ensinado a ser feliz. Que Deus as proteja com toda a força e amor que elas dedicaram a nós. Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-76505417503044810132015-04-10T01:51:00.004-07:002015-04-10T01:51:26.438-07:00Doces lembranças...Só trapalhadas
Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.br
Estou sempre envolvida em trapalhadas, mesmo quando não sou eu quem as provoca. No meu aniversário de 15 anos ganhei um pôster no qual estava estampada a seguinte frase: “bons pensamentos são, sempre, bons companheiros”. Creio que, desde então, vivo feliz e em paz com tudo e com todos, pois afasto qualquer pensamento que me leve a julgar, pré-julgar ou a acreditar na maldade humana.
Conto hoje uma história envolvendo amigos muito queridos, dos quais vou trocar os nomes, pois não conversei com eles para pedir autorização para publicar a história, que é verídica. A apenas os nomes são fictícios. Ela tem duas partes.
Tenho dois amigos que se chamam Pedro. Um deles é casado com a Diana e, o outro, com o João. Para diferenciá-los vou chamá-los de Pedro I e Pedro II, como os nossos imperadores. O Pedro I e o João estavam juntos há anos e atuavam nos meios culturais. O Pedro II e a Diana moravam no mesmo prédio que eu. Detalhe: O Pedro I e o Pedro II não se conheciam.
Parte I: certo dia, convidei o Pedro I para ir à minha casa e ele me pediu que fizesse uma fondue. Topei na hora. No entanto, pedi que chegasse cedo, até às 20h, pois eu teria um compromisso logo pela manhã no dia seguinte e, assim, poderíamos aproveitar bem o tempo para matar a saudade.
Ainda no período da tarde daquele mesmo dia, a Diana me ligou apenas para dizer um oi. Decidi convidá-la para estar na minha casa, também.
- Olha, o Pedro me pediu para fazer uma fondue para ele hoje. Marquei às 20h. Vá também.
Pensando que eu estava falando do marido dela, indagou:
- O Pedro te ligou e pediu para você fazer uma fondue para ele?
-Sim
-Que horas ele te ligou?
-Agora há pouco. Acabei de falar com ele, respondi, sem perceber que não estávamos falando do mesmo Pedro.
-Se ele vai, é claro que eu vou, respondeu, ainda acreditando que o marido dela era que tinha feito o pedido para mim.
Diana tentou falar com Pedro II a tarde toda, sem sucesso, o que já a deixou mais irritada. “Como é que ele liga para a vizinha, pede para que ela faça uma fondue para ele e nem me avisa? Isso não vai ficar assim!”, contou Diana, depois, sobre os seus malévolos pensamentos naquele momento.
As 20h, chegam pontualmente o Pedro I e o João. Já com a mesa posta, interfonei para a Diana e avisei.
- O Pedro já está aqui. Você não vem?
- Já está ai?, estranhou. E, mais uma vez os maus pensamentos incitaram a sua raiva: “Nunca chegou em casa tão cedo. Além disso, foi direto para o apartamento da vizinha e nem passou aqui? Deixe-o comigo”. E foi para a minha casa, pisando duro.
Ao chegar, no entanto, deu de cara com o Pedro I e, imediatamente, percebeu toda a confusão. Às gargalhadas, me chamou na cozinha e contou sobre a confusão.
-Então, quer dizer que o Pedro II não sabe que vamos comer fondue?, perguntei.
-Você não o avisou?, questionou-me?
-Claro que não. Eu não falei com o seu marido, respondi
-Então ele não sabe, pois eu também não falei com ele, disse Diana, ainda rindo.
- Ligue para ele agora e o convide para vir para cá, ordenei.
Parte II: Diana telefona para o Pedro II e diz:
-Pedro, a Verinha está fazendo uma fondue e disse para você vir para cá´.
-Quem está ai?, Indagou Pedro II.
- Dois amigos dela e nós duas.
Como eu havia acabado de me separar, o Pedro II – que eu adoro, diga-se de passagem - foi logo tirando suas ridículas e machistas conclusões: “A Vera mal se separou do marido e já convida amigos para a sua casa e, ainda por cima, chama a minha mulher”. Ele não gostou nada da história e voou para a minha casa. Ao chegar, sentou-se à mesa conosco e, laconicamente, conversava com minhas visitas.
Pedro I percebeu o ciúme estampado no rosto do Pedro II e, educadamente, conduziu sutilmente o assunto para que ficasse evidente de que ele e João formavam um casal e, portanto, nenhum deles tinha qualquer interesse – a não ser o de uma grande amizade -, com a Diana e comigo.
Essa história é divertida, mas se não tivesse sido esclarecida poderia ter me afastado de pessoas muito queridas. Por isso o diálogo, sempre que duvidarmos de alguém ou de alguma situação que pareça estranha, é imprescindível para os esclarecimentos que possam restabelecer a ordem das coisas. Eu prefiro sempre acreditar na amizade e na bondade do ser humano. E a vida me mostra, todos os dias. Que eu estou no caminho certo.
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-76101479151822137572015-04-10T01:50:00.005-07:002015-04-10T01:57:28.430-07:00Doces Lembranças...Mas é carnaval!!!!!
Vera Longuini -
veralonguini@ateliedanoticia.com.br
Em fevereiro tem carnaval. Acho que tenho uma vocação particular por esta festa. Sempre gostei da folia, desde a infância. A alegria dos salões, as fantasias dos foliões e as músicas bem humoradas parecem deixara vida mais feliz. Lembro-me de quando era bem pequena, na casa da minha avô materna, na Vila Maria, em São Paulo, brincávamos o carnaval na rua e a grande diversão era jogar bexigas d´água, uns nos outros. Corríamos pela Praça Santo Eduardo, na avenida Guilherme Cotching, ou nos escondíamos na sacada do quarto do andar superior do sobrado para atirá-las sobre quem passasse pela calçada. Como os sobrados eram todos iguais, construídos em fileiras ao longo de toda a quadra, ficava difícil identificar de onde vinham as bombas de água. Mas sempre tinha alguém apertando a campainha da casada vovó para reclamar de meus primos e de mim.
Nos salões dos clubes nossas fantasias eram apenas shorts, camisetas e, no máximo, um colarzinho florido. Os patrocinadores distribuíam leques de papelão. Alguns fazem isso até hoje. No Clube do Bonfim o salão da Rua Julio Ribeiro era dividido em dois, apenas por cadeiras, para separar os foliões por idade. E seguíamos dançando em circulo, como num footing numa praça, mas só que mais animado e agitado.
Na adolescência, no Circulo Militar, os bailes carnavalescos aconteciam, primeiro, no Golden Roon e, depois, no Ginásio de Esportes. Superbandas, tocando ao vivo. Era uma delicia dar a volta no salão, recebendo e lançando olhares, paquerando, brincando, dançando, extravasando.
Depois, viram os carnavais de rua. Reuníamos os amigos para desfilar nas Escolas de Samba Rosas de Prata e na Unidos do Salgueiro que se apresentavam na avenida Francisco Glicério. Participamos da City Banda e do Tomá na Banda, ambas criadas nos bares noturnos do Cambui, desde o início.
No final, o ponto de encontro era o Ginásio do Clube Regatas, onde toda a turma da Imprensa encerrava a noite depois do trabalho de cobertura dos desfiles e salões. Nos anos 1990 o carnaval de Salvador me conquistou. E por 10 anos consecutivos voava para lá com mortalhas e abadas para ir atrás dos Trios Elétricos. Ali fiz amigos de todas as partes e, com muitos deles, mantenho forte amizade até hoje. Hoje perdeu o glamour do popular e está comercial e lotado demais.
Ainda gosto da bagunça toda, de seguir as bandas pelas ruas e da alegria que o carnaval traz. Gosto também das marcinhas com suas letras críticas e satíricas que debocham dos problemas políticos e sociais. Aliás, Petrobras e falta d´água são favoritas como temas carnavalescos postados na internet. Nada de novo. A atual Sereia da Cantareira tem tanto apelo quanto o “Tomara que chova três dias sem parar”. São tantos os problemas do mundo que, por quatro dias, talvez valha a pena ironizá-los para que fiquem um pouquinho mais leves. Afinal, é carnaval e, amanhã, tudo volta ao normal!
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-74152787267597574552014-03-21T05:24:00.002-07:002014-03-21T05:24:54.287-07:00Doces Lembranças ...Foi no carnaval que passouÉ incrível como tem gente que gosta de pegar no pé. Só porque eu confundo nomes, datas e horários não significa que o mundo vai acabar. Depois que eu troquei o nome do meu ex-marido no dia do casamento – e se ele me perdoou por isso, conforme já contei aqui –, não tenho que me preocupar com explicações, principalmente quando as minhas confusões não fazem mal a ninguém. No máximo, provocam risos. E me criticarão por provocar sorrisos?
Mas, desta vez, nem culpa eu tive e acabei levando a fama. Tudo começou quando a Lázara Paes Leme mandou-me um e-mail perguntando se eu iria ao Baile do Vermelho e Branco, no Carnaval do Clube Campineiro de Regatas e Natação. Como no comando da assessoria de Imprensa do clube está a nossa querida amiga Renatta Sanches e essa seria uma incrível oportunidade de revê-la e estar entre amigos, topei na hora.
Afinal, quando nós fazíamos a cobertura dos carnavais nos clubes campineiros pelas emissoras de rádio e televisão e pelos jornais da cidade, marcávamos sempre como ponto de encontro da Imprensa o Clube Regatas. Conforme terminávamos o trabalho seguíamos para lá e aproveitávamos o restinho da madrugada.
Pois na sexta-feira, dia 27, ainda trocamos e-mails – a Lazinha, o Clóvis Cordeiro e eu –, para combinarmos o horário em que nos encontraríamos na entrada do clube. Não bastasse isso, ainda convidei vários amigos e incentivei outros tantos a irem ao baile. Enquanto a Lázara e o Clóvis foram jantar no Bem Bom, onde encontraram o Edson e a Marinêz Baptista, eu fui com amigos ao Cenário, já que a proximidade do restaurante com o clube me impediria de chegar atrasada ao compromisso carnavalesco.
As 22h30, conforme combinado, fui para a porta principal do Regatas, na Rua Guilherme de Almeida. Portões fechados. Tudo apagado. Pensei:
-O baile deve ser no salão social.
Voltei ao carro e demos uma volta pelo bairro, até alcançarmos o salão social pela Rua Maria Monteiro. Cena repetida: portões fechado, tudo apagado. Nisso, toca o meu celular e, do outro lado da linha, a Lázara Paes Leme.
-Onde você está?
- Aqui, em frente ao salão social. E você?
- Aqui, em frente ao Ginásio de Esportes.
-Está tudo apagado, eu disse.
- Eu sei, responde a Lazinha. O baile é amanhã, e não hoje.
Fomos com o carro até a esquina onde estavam a Lázara e o Clóvis, em pé, com as roupas vermelho e branco como exigia o figurino, e com máscaras e colares havaianos como adereços.
-O baile é amanhã, disse ela, rindo. Só descobrimos porque, ao chegar aqui e verificar que tudo estava apagado, perguntamos para um sócio qual o horário começaria o baile do Vermelho e Branco. Quando ele respondeu que seria às 22h, ainda retruquei: “mas já são dez e meia”. Foi, então, que o sócio explicou que o baile seria às 22h de sábado e não da sexta-feira.
Como eu receberia visitas de Brasília no sábado, perdi o baile. Mas o Clóvis e a Lazinha, pelo que eu soube e vi nas fotos, seguiram a orientação do sócio que informou o dia correto do evento: voltaram para casa rapidinho para não sujar a roupa vermelha e branca que vestiam, para poder usá-la, impecável, no outro dia. Assim, como se nada tivesse acontecido!
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-64095246695695315282014-02-12T10:51:00.001-08:002014-02-12T10:51:13.366-08:00Doces lembranças... Roteiro delicioso
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Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.br<i></i></b>
Bares e restaurantes sempre foram saborosos atrativos turísticos, seja para os moradores como para os visitantes de uma cidade. Aa pessoas estão sempre pedindo referências gastronômicas ou indicando os lugares nos quais se pode saborear uma boa comidinha ou curtir um ambiente delicioso com os amigos.
Embora não estejam nos guias de Turismo de Campinas e quase nunca apareçam em roteiros gastronômicos, os restaurantes, bares e lanchonetes da região do Castelo e do Guanabara sempre foram referência na cidade. Quem não se lembra das pizzarias Etna, Torre de Pizza e Timbó? Foram pioneiras nesse ramo e durante anos funcionaram, respectivamente, nos antigo balão do Castelo e no cruzamento da avenida Brasil com que desce do Bosque dos Alemães.
Na minha infância e adolescência lembro-me também de ser levada por meus pais a um restaurante do qual eu não me lembro o nome, na avenida Alberto Sarmento, que tinha como atração um trio musical paraguaio, Agradava tanto que chegou a ser contratado para tocar nas festas da minha família.
Muitos ainda devem se lembram do Pilão, na Rua Cândido Gomide, um interessante ponto de encontro no final dos anos 1970, e da tradicional cantina alemã que ficava na Andrade Neves, nos anos 80. O Sorriso, na esquinas das ruas Rosa de Gusmão e Miguel Penteado, substituiu a Tulipa, point das noites de sexta e sábado.
Dos estabelecimentos que resistiram ao tempo posso citar o Ranchu que começou como lanchonete na Rua Ana Gomes. O Nonno Miquele, o Bem Bom, o Frango Atropelado, a Panela de Barro e a Churrascaria Chimarrão fazem parte da lista dos mais recentes.
Pois foi observando a história e o potencial desses bairros que o chef Sergio Rauen há dois anos transferiu as panelas e caçarolas do Corina Rotisserie do bairro Cambuí para o Guanabara e, em breve, instalará nas proximidades do restaurante a sua famosa escola da Gastronomia.
Talvez a Escola seja o ingrediente que faltava para impulsionar um projeto que há anos vem sendo elaborado pelo, mas que até agora não saiu do papel: a criação de uma associação dos bares, restaurantes e lanchonetes da região do castelo, Guanabara e Botafogo. A receita para o sucesso dessa empreitada passa pelo know how do chef Sergio Rauen que, além de reconhecido no setor, muito fez pela gastronomia campineira, inclusive como organizador de importantes festivais gastronômicos. Para ele, a região também pode tornar-se um pólo gastronômico a exemplo do Cambuí, de Barão Geraldo e de Sousas e Joaquim Egydio.
A conversa, ao contrário dos que muito pensam, não está em banho maria. Ao contrário: está quase no ponto de ser servida. Uma lei, de autoria do vereador Luiz Carlos Rossini, do PV, criando o Polo Gastronômico, Cultural e Turístico na região compreendida pelos bairros Guanabara, Botafogo, Castelo e Jardim Chapadão já foi até sancionada pelo prefeito Jonas Donizette.
Em volta da mesa para definir a atuação da associação que colocará a lei em prática, já estão, além do Corina, o Nono Miquele, o Bem Bom, o Panela de Barro, a Churrascaria Chimarrão, o Frango Atropelado e a Casa Bonim. No cardápio a ser levado à Prefeitura, estão ações que vão desde a solicitação da inclusão da região no roteiro gastronômico da cidade à sinalização indicando a posição dos restaurantes, passando pela promoção de cursos de formação de mão de obra para garantir a qualidade no atendimento.
Os ingredientes estão sendo definidos para que a associação seja criada na medida certa para atender aos comerciantes e moradores desta região. Quem quiser meter a colher nessa importante ação para o bairro, basta solicitar a participação na próxima reunião já agendada para segunda-feira, 10 de fevereiro, no Corina, que fica na Rua Barbosa de Andrade 06. Só esse esforço dos restaurantes já merece um resultado saboroso.
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-63074173186684366402013-12-11T10:35:00.000-08:002013-12-11T10:35:02.535-08:00Doces Lembranças Rede solidária Por: Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.br
Todos os anos, graças à ajuda dos meus queridos amigos, conseguimos presentear centenas de crianças, além dos idosos, atendidos pelo MAE – Movimento Assistencial Espírita -Maria Rosa e por mais cinco creches localizada na região dos Amarais. Esse ano, no total, serão presenteadas cerca de 350 crianças e 70 idosas. O bacana dessa campanha, mais do que o prazer de fazer aquelas pessoas felizes, é conseguir envolver tanta gente numa ação de solidariedade e amor ao próximo.
Cada amiga ou amigo “adota” uma das pessoas assistidas e coloca todo o seu carinho na compra de brinquedos, roupas, livros e produtos de higiene pessoal que serão colocados nas sacolinhas vermelhas e verdes confeccionadas pelas voluntárias da Sala de Costura da entidade. Tudo é muito organizado, planificado e conferido. Para as idosas, esse ano os presentes serão um jogo de toalhas de banho e de rosto, uma sombrinha e creme hidratante, além dos produtos de higiene pessoal.
Os padrinhos estão espalhados pelas redações dos jornais e TVs de Campinas e entre as nossas amizades pessoais. Do Jardim Chapadão, temos, há anos, a efetiva participação da família do José Carlos Tavares (a esposa Rosa Guedes e as filhas Renata e Ana Leda), das irmãs Perallis (Susi Mara e Sueli), da Elizete Marcolino Belinazo, da Lázara Paes Leme e do Clóvis Cordeiro, da Marcia Barcellos de Moraes, da Conceição Costa e do Ivan Fontana e da Laine Turatti que, aliás, ajuda na adoção de mais de 60 pessoas na redação do Correio Popular.
O Colégio Educap também colabora sempre. E muito. Para a nossa campanha de Natal deste ano foram arrecadadas e doadas centenas de escovas e cremes dental para compor os kits de higiene pessoal que muitas pessoas se esquecem de colocar nas sacolinhas. Talvez a direção da escola e os alunos não percebam a dimensão da grande ação social feita por eles. É preciso muito agradecimento a todos.
Essa rede é feita há mais de 25 anos. Se um ano um dos doadores falha e não pode participar, aparece outro no lugar. Nunca ficamos nenhum ano sem poder atender a todas as crianças e idosos que fazem parte da lista que nos é encaminhada pela Regina, assistente social da entidade. Além dos presentes, ainda conseguimos cestas de Natal e panetones para as famílias. Quando sobre um dinheirinho, colocamos até um frango congelado. O que para nós é tão pouco, para aquelas pessoas é motivo de grande festa. Para a maioria, é o único presente que de Natal. Talvez, o único durante o ano inteiro.
Mais do que o presente, vemos nos olhos daquelas pessoas o prazer de desembrulhar um pacote, de tirar o plástico de um produto novinho em folha, que foi comprado especialmente para elas. A gente pode ver o sorriso não só nos lábios, mas, principalmente, no olhar. Podemos sentir a emoção das sobrancelhas levantadas e dos olhos arregalados quando os laços das fitas que fecham as sacolinhas são desatados. Eles nos retribuem com uma emoção que nenhum dinheiro é capaz de pagar.
Todas as crianças e idosos estão adotadas e terão um Natal mais feliz este ano. Mas nós, os doadores, estaremos ganhando muito mais do que todos esses assistidos Quem quiser comprovar e essa alegria e participar da entrega é só comparecer à sede do MAE MarIa Rosa, , às 10h do dia 15 de dezembro para nos ajudar na entrega das sacolinhas. A entidade fica na Rua Vicente Palombo, 34, Jardim Campineiro. Como todo PAI se emociona com a alegria de seus filhos, certamente o aniversariante do dia 25 deve ficar muito contente ao ver a sua prole feliz.
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-9769140986833712252013-06-16T06:07:00.002-07:002013-06-16T06:15:20.100-07:00 Tão longe, mas nada distante.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEXkkO030hKfpDNPt-hukQhFwzaZg1ZynPjSZ_tQauSYr16VgSVbBkq1u8qdiJzt3kF8eOVSmidDKAr5hPHpgsy4B6uUipXX9fxdbjU2kyhAduKZmqARaCV5mi4h_5lgdoxGGoSfvTqJk/s1600/vera+e+sueli.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEXkkO030hKfpDNPt-hukQhFwzaZg1ZynPjSZ_tQauSYr16VgSVbBkq1u8qdiJzt3kF8eOVSmidDKAr5hPHpgsy4B6uUipXX9fxdbjU2kyhAduKZmqARaCV5mi4h_5lgdoxGGoSfvTqJk/s320/vera+e+sueli.jpg" /></a></div>
A vida sempre nos reserva agradáveis oportunidades e surpresas. Conforme
já contei diversas vezes aqui, foi graças a esse espaço no qual publico as
minhas Doces Lembranças que tive a oportunidade de reencontrar meus
amigos e amigas de infância e adolescência e suas famílias. A Sueli Perallis
Weidner foi uma delas. Graças aos encontros das “meninas” do Castelo,
sempre que ela está no Brasil, visitando seus familiares, temos a oportunidade
de bater papos bem gostosos. Faz mais de 10 anos que a Sueli mora em
Kleve, uma agradável cidade alemã, que fica na fronteira com a Holanda. Mais
ou menos 1h30 de carro.
O ano passado, quando estive na Holanda com a equipe da Expoflora, pensei
em visita-la, mas como eu fazia parte de um grupo de trabalho e o tempo foi
mais escasso do que eu previa, adiei meus planos. Mas, prometi a mim mesma
que na primeira oportunidade que eu tivesse de viajar novamente para a
Europa faria uma visita à minha amiga.
A oportunidade surgiu no final de abril – motivo pelo qual não consegui
escrever as Doces Lembranças para publicação na edição passada -, quando
fui novamente a trabalho para a Holanda. Dessa vez eu torci muito para que
os meus compromissos – lá e aqui – permitissem que eu pudesse esticar um
pouquinho a viagem e fizesse uma rápida visita a ela.
Como quem deseja muito uma coisa e lança esse desejo ao universo consegue
realiza-lo, lá fui eu, no inicio desse mês, conhecer a encantadora cidade onde
vivem a Sueli e o Karl. Com toda a gentileza que é peculiar das famílias Perallis
e Weidner, a Sueli e o Karl foram me buscar em Alsmeer, a cidade holandesa
onde eu estava e, antes de seguir para Kleve, aproveitei para levá-los ao
Keukenhof, um parque localizado em Lisse, pertinho de Amsterdam, e que
abre somente dois meses durante o ano para que as pessoas possam admirar
os magníficos canteiros e as exposições de flores. Nem preciso dizer quanto
agradável foi o nosso dia.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhywuxBbFYz-Hhlqehyphenhyphen06jgApoHc9bUaz_E5WXHRaE31XimN2zcf-FgNGSoHiUEErygfL7cbat-ycdR81uxslKxz7gFjRFhvb7JKPEFv9W2XZtdrwkRsw-T47mT0QeNpgsOObsvIQ2ZruE/s1600/sueli+-+oma+e+karl.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhywuxBbFYz-Hhlqehyphenhyphen06jgApoHc9bUaz_E5WXHRaE31XimN2zcf-FgNGSoHiUEErygfL7cbat-ycdR81uxslKxz7gFjRFhvb7JKPEFv9W2XZtdrwkRsw-T47mT0QeNpgsOObsvIQ2ZruE/s320/sueli+-+oma+e+karl.jpg" /></a></div>
Sueli, a sogra dona Oma e o marido Karl
Fui recebida com tanto carinho e generosidade pelos meus amigos que nem
imagino como retribuir. A Sueli, uma excepcional chef de cozinha, fêz de tudo
para que experimentasse os mais tradicionais e deliciosos pratos da culinária
alemã. O Karl, agora meu amigão também de copo, caprichou na escolha das
cervejas e vinhos. Uma acolhida daquelas que aquece a alma e o coração.
A Sueli foi uma guia turística maravilhosa e me levou para caminhadas pelo
bosque próximo à sua casa, para conhecer o cemitério dos ingleses, construído
logo após o término da II Guerra Mundial (um lugar incrível que guarda parte
importante da história), os lugares mais lindos de Kleve, e, ainda, permitiu que
eu compartilhasse de seu dia a dia e de seus amigos. Conversamos tanto, mas
tanto, que ela ainda deve estar descansando os seus ouvidos.
O bacana de tudo isso, o grande aprendizado que fica, é que o tempo e a
distância são muito relativos e, tanto um como o outro, apenas são longos se
não tivermos as pessoas dentro dos nossos corações. Pois, quando estamos
próximos em pensamentos e em ideais de amizade ou de amor, nem o tempo e
em a distância existem.
Obrigada, Sueli e Karl pela hospitalidade e pelo carinho. Está em pé o
jantarzinho em minha casa quando vocês vierem ao Brasil. Espero que seja em
breve. Agradeço a Deus a oportunidade que ele me deu de poder estar com
vocês. Eu, simplesmente, adorei.
Por: Vera Longuini: jornalista e escritora -vera@ateliedanoticia.com.brDoces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-6267025490346628362013-04-09T15:22:00.004-07:002013-04-09T15:22:32.153-07:00Doces lembranças... Seleção de amigos
A década de 1970 se aproximava quando um pequeno grupo de amigos do Jardim Chapadão, na faixa dos
15 aos 17 anos de idade, decidiu formar um time de futebol. Mas, o time não era acessível para qualquer
um, embora a intenção, desde o início, era a de participar apenas de jogos amistosos. Para vestir a camisa
nas partidas contra equipes de cidades vizinhas e do Circuito das Águas era preciso ser amigo próximo ou
muito amigo de um amigo que já estava escalado no time. A escolha era feita a dedo. Por isso, o time de
futebol recebeu o nome de Seleto.
Entre os fundadores do Seleto, em 1968, estavam o Edson Cardoso, o Dagmar Porto Filho (Portinho), o
Luis Augusto Pianca, o Marcio Rubens Junque e o Vanderlei Pinton. Em seguida chegaram os irmãos
Celso e o Ronaldo (Lilão) Perallis, o Armando e o Zezinho Fantinatto, além do Celso Delfini, o Gilmar
Queiroz, o Renato Tedeschi, o Arlindo Silva, o Wilson Macedo e o Baltazar de Paula. O massagista do
time era ninguém menos do que o Américo Fernielli, o famoso lutador mascarado Fantomas de Os Reis
do Ringue, da TV Record.
Esses seletos amigos desse seleto time chegaram a formar duas equipes para disputar os jogos de várzea.
Pelos seus quadros passaram cerca de 50 pessoas nos aproximadamente 10 anos em que durou, até que os
compromissos escolares, profissionais e matrimoniais levaram cada um para o seu destino.
Mas eis que, em 2004, quatro jovens estudantes da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Mark
Elliot Zuckerberg, Dustin Moskovitz, Eduardo Saverine e Chris Hughes, criaram uma rede social e a
batizaram de Facebook. Foi ali que Edson começou a procurar pelos seletos amigos, marcando os seus
nomes em antigas fotos do time.
Cinco apareceram para um primeiro encontro, um almoço no restaurante com o coincidente nome de
Ponto 1. O segundo encontro foi em uma pizzaria na Vila Industrial e já reuniu mais gente. Traçada a
estratégia de localização e organização do reencontro caberia a cada um cumprir bem o seu papel. Afinal,
haviam se passado 45 anos da data da fundação do Seleto.
O resultado foi um churrasco no domingo, 24 de março, em uma chácara no Jardim São Marcos, que
reuniu 150 pessoas, considerando cerca de 30 ex-jogadores e seus familiares, segundo Celso Perallis, um
dos organizadores da festança.
Com direito a jogo em campo gramado, churrasco e show do cantor Tulio Martinelli, a festa começou
às 7h e só terminou às 19h. Muitos dos amigos não se viam há mais de 35 anos. Os familiares foram
apresentados e qual não foi a surpresa quando descobriu-se que os filhos de alguns já eram amigos dos
filhos de outros.
Sincronicidades que, sabemos, a vida seleciona para nos proporcionar constantes alegrias. Como sou
amiga de alguns dos Seletos, acabei sendo convidada para a festa. E adorei. Principalmente porque esse
grupo, embora tão seleto, tem uma grande seleção de histórias de contar.
Vera Longuini
vera@ateliedanoticia.com.brDoces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-90270678154626230422013-02-11T15:39:00.000-08:002013-02-13T05:14:12.455-08:00Chega de Saudade
Saudade é uma daquelas palavras fortes, capazes de provocar as mais diferentes emoções. Só conhecida em galego e português, essa palavra tenta descrever uma miscelânia de sentimentos que incluem o amor, a perda, a falta, a distância de alguém ou de algum lugar. Talvez por ser tão complexa é que não exista em outras línguas. Originária do latim (solitas, solitatis = solidão), com o tempo foi transformando-se ao sabor das variações da pronúncia: solitatem, solidade, soldade e, finalmente, saudade.
Dizem que a palavra surgiu na época do Brasil colônia para definir a solidão dos portugueses que para cá vieram, muito longe de seus parentes e amigos. No Brasil ganhou até data especial, o Dia da Saudade, comemorado em 30 de janeiro. Exatamente no dia em que me dediquei a escrever essa crônica.
De tantas lindas definições que li sobre saudade, a de Pablo Neruda é a que, para mim, melhor resume esse vulcão de sentimentos. Em um trecho de seu poema sobre Saudade, ele diz que: “é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...”
Entendam como “amado” toda pessoa querida e digna de despertar em nós essa confusa mescla de sentimentos, como os dois amigos do bairro que faleceram em janeiro: José Dias e Cleyton Silva. O Zé Dias tem uma história curiosa que poucos sabem. O verdadeiro sobrenome de sua família era Said, e não Dias, como consta da sua certidão de nascimento. Seu pai, por desavenças com a família, decidiu inverter o sobrenome.
O José Dias foi um funcionário público exemplar, marido dedicado da Luzia, pai do José Ricardo e excelente vizinho. Ele foi também um dos maiores colaboradores da Igreja Cristo Rei, inclusive participando ativamente da arrecadação de recursos financeiros para a sua construção, conforme já contei aqui. Foi ele quem cedeu a edícula no fundo da sua casa, na Rua Comunidade Luziada, para abrigar a nossa familia (pai, mãe e cinco filhos, imaginem!), nos dois ou três meses necessários para a reforma da nossa casa. Quem fazia isso naquele tempo? Quem faz isso hoje em dia? Quem ainda tem amigos assim?
De você, José Dias, e de sua família, temos apenas boas lembranças. Quando crianças - tínhamos 6 ou 7 anos de idade -, o José Ricardo e eu só brigávamos. Na adolescência viramos amigos e muitas vezes voltámos a pé, do Circulo Militar, batendo longos papos.
O Cleyton Silva era irmão do Ildeo (Guinho) e cunhado da minha irmã Regina. Ele era filho do seo Geraldo e da dona Aurora e irmão do Evandro, do Haroldo, do Moises, da Cleusa, da Ana Lucia (Luia), do Tita e do Guinho, que moravam na Rua Ana Gomes. O Cleyton, que eu me lembre, nunca morou em Campinas, já que, quando deixou Uberlândia, foi viver em São Paulo para trabalhar como radialista e, depois, como humorista. Mas passava todas as férias no Jardim Chapadão, mesmo depois que se casou com a Isis. Nós convivemos muito com seus filhos, Cleytinho, Andrea e Erica.
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Cleyton Silva ficou nacionalmente conhecido pelos bordões de seus personagens na TV, entre eles, “Tô di oio nu sinhô!”, “Vâmo fazê nossa postinha?”, “Pregunto!”, “Bobinho esse minino” e “Eita, fuminho bão, sô!”, no programa A praça é nossa. Ele estava no elenco da atração desde sua estreia, em 1987. Nos anos 1970 participou de alguns quadros de Os Trapalhões. Também atuou no cinema nacional, como nos filmes Pecado horizontal, Na violência do sexo e O bem dotado - O homem de Itu.
José Dias e Cleyton: que Deus possa ter reservado um lugar bem bacana para vocês nessa nova etapa da vida espiritual. O que mais posso dizer? Já temos saudades.
Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.br
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-7404076428699069322013-01-19T05:07:00.000-08:002013-01-19T05:07:02.741-08:00DOCES LEMBRANÇAS...Fortes raízes
Daqui não saio, daqui ninguém me tira. O refrão da marchinha de carnaval, sucesso nos anos 50 de autoria de Paquito e Romeu Gentil e cantada pelos Vocalistas Tropicais, foi usado pela Susi Mara Perallis, outro dia, no facebook, numa amorosa manifestação de amor ao bairro na forma de comentário a uma foto do Balão do Castelo. Essa manifestação feita por ela levou-me a anotar os amigos que, apesar dos inúmeros caminhos que a vida lhes apresentou, acabaram voltando às suas origens ou optaram por jamais se desligarem delas. A própria Susi é um exemplo. Depois de casada viveu um tempo em São Paulo e, na primeira oportunidade, comprou uma casa no Jardim Chapadão e voltou para Campinas. Sua irmã, a Sueli, que mora há anos na Alemanha, montou para a filha Patricia um apartamento também no bairro quando ela decidiu retornar ao Brasil.
A Elizete Marcolino Belinazo morou um tempo no São Conrado e, agora, está no Guanabara, mantendo firme e forte suas raízes no Chapadão, já que sua mãe, a dona Regina, ainda mora na mesma casa, na Rua Ana Gomes que frequentávamos quando crianças e adolescentes. A irmã dela, a Cristiane, também. Marcia Franciosi Nardini, quando solteira, morava na Avenida Andrade Neves e, agora, está em um condominio próximo à Igreja Cristo Rei. A Neusinha
(Neusa Maria Fantini) também casou e mudou, mas, para bem perto. Deixou a vizinhança da Paróquia, mas está bem pertinho do Clube Andorinhas.
O Cesar (Dadá) foi para o Parque da Hípica e há uns dois anos comprou e reformou uma casa para viver perto da mãe, a dona Laíde (Pepa), nas proximidades da Rua Orlando Carpino. A Laine Turatti casou-se com o Ivan Fontana e tentou dois novos endereços até não resistir a tentação de voltar a viver no Chapadão, perto da Escola de Cadetes. O próprio Clovis Cordeiro foi para São Paulo trabalhar na Rádio Jovem Pan e voltou. Casado com a Lazinha morou no Jardim Garcia. No entanto, assim que pode retornou ao bairro.
Outros amigos nunca abandonaram o bairro, como a Célia Baptista Grassi e seu irmão Edson Baptista. Quis a vida de sorte deles que as “mudanças” que fizeram não atingissem mais do que três quarteirões. A maioria dos que foram para outros lugares e não voltaram – ainda – contaram com os pais ou avós vivendo bairro, fazendo com que o vínculo não se rompesse.
Minha ultima ligação familiar com o Chapadão era o meu tio Julio Martins, que morava atrás da Igreja do Rosário até o final do ano passado. Aos 93 anos, agora viúvo, está morando no centro da cidade com a irmã mais nova. Apesar de não viver no Chapadão desde 1982, ainda me sinto integrante dessa grande comunidade graças aos fortes laços de amizade com todas essas pessoas queridas aqui citadas, que nem o tempo e nem a distância conseguiram desatar. Afinal, embora eu tenha nascido no Cambui, dos dois aos 19 anos eu vi esse bairro ser construído, casa por casa, rua por rua. E quando visito os amigos, parece que nunca sai daí. Quem sabe, um dia, eu volte. Até mesmo porque a minha história com o Chapadão fixou firmes raízes no meu coração.
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-9191720602448799352012-12-10T11:51:00.000-08:002012-12-10T11:59:43.707-08:00Papai Noel Voluntário
O Natal sempre torna as pessoas mais solidárias. Muita gente, que por força da correria do cotidiano não tem tempo para se dedicar a uma causa social, acaba não resistindo aos apelos natalinos e também torna-se um Papai Noel voluntário. Desde muito pequena levada por minha mãe, a dona Lena, a participar das campanhas beneficentes do MAE Maria Rosa, assumi há mais de 30 anos o compromisso de envolver amigos na doação de brinquedos para as crianças pobres de instituições sociais. O Orfanato da Irmã Dora, o Lar Campinense de Bem Estar do Menor e o Lar Criança Feliz já estiveram entre as entidades que, ao longo dessas três décadas, alegramos os natais das crianças assistidas.
Desde que foi fundado em 1967 pelo casal Vandir e Carlos Dias, que moraram no Guabanara e, depois, no Castelo, o MAE Maria Rosa realiza a campanha de Natal com a entrega de presentes para as crianças. No passado, os brinquedos eram todos iguais - geralmente bolas e bonecas de plástico comprados em quantidade para baratear o custo - e colocados em cima das mesas nas quais em dias normais era servida a sopa para as familias atendidas pela entidade.
O sistema de organização das crianças por grupos de atendimento, com a relação dos nomes, idades e tamanho da roupa para que os presentes sejam personalizados foi implantado no MAE Maria Rosa a partir de 2004, copiado de outras entidades de Campinas que já realizavam esse inteligente sistema de presentear os necessitados.
Todos os anos distribuo e-mails e telefono para os meus amigos convidando-os para apadrinhar uma criança. Neste ano conseguiremos presentear 520 pessoas: as crianças dos programas Socioeducativo, Oficina de Arte e Domingo, do MAE Maria Rosa e os 81 idosos que frequentam a instituição, além de quatro creches próximas: Chapeuzinho Vermelho, Passo a Passo, Balão Mágico e Tia Bel.
A campanha consiste em convencer um amigo a apadrinhar uma criança no Natal, colocando um brinquedo, uma roupa e artigos de higiene pessoal (sabonete, pasta e creme dental e shampoo) em uma sacolinha. Assim, os presentes ficam personalizados e as crianças ganham roupas e brinquedos adequados ao seus tamanhos e idades. É uma alegria para as crianças abrir a embalagem de um brinquedo novinho e receber uma roupa ainda com a etiqueta, uma rotina nem um pouco comum na sofrida vida que elas levam.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSUrgCOqwDzvpCYf0TL_Y7_3xBF1-tiK_1AcuJFPZr_XDd_3gdR7UU_ffDJNFh5HZZZXd_8yPbAxO2QBNCXsRz2DP0E1Hhh9pIt4BsunRQ2B8Lw5AoFEJNndTvBWakw5JOBVR0pf0Fgc/s1600/DSCN0692.JPG" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSUrgCOqwDzvpCYf0TL_Y7_3xBF1-tiK_1AcuJFPZr_XDd_3gdR7UU_ffDJNFh5HZZZXd_8yPbAxO2QBNCXsRz2DP0E1Hhh9pIt4BsunRQ2B8Lw5AoFEJNndTvBWakw5JOBVR0pf0Fgc/s320/DSCN0692.JPG" /></a></div>
As amigas do Castelo, é claro, participaram ativamente dessa campanha: Susi Mara Perallis, Neusinha Fantini, Marcia Barcelos de Moraes, Lázara Paes Leme, Celinha Baptista Grassi, Conceição Costa, Emma Bianchi, Rosa Guedes e as filhas Ana Leda e Renata Tavares, Laine Turatti, que envolveu toda a redação do Correio Popular, Elizete Marcolino com suas amigas da Uniodonto e até a Sueli Weidner que, mesmo estando lá na Alemanha, depositou dinheiro na minha conta para que eu me encarregasse de apadrinas duas crianças em seu nome.
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTcLGPtnb3ZS_YPghlgfLmQlzeTPGbWqbQVZW_lHGxPJPTLWVnQr2dH4zRrhCwnM6z8QcDHxVZDb4PbBAS0psAaFvnNlSMSzVpOZ_QGjTLnj4DKerQkQscAb4vR-WFjmsUw1G-kHsxkEA/s1600/DSCN0672.JPG" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="240" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTcLGPtnb3ZS_YPghlgfLmQlzeTPGbWqbQVZW_lHGxPJPTLWVnQr2dH4zRrhCwnM6z8QcDHxVZDb4PbBAS0psAaFvnNlSMSzVpOZ_QGjTLnj4DKerQkQscAb4vR-WFjmsUw1G-kHsxkEA/s320/DSCN0672.JPG" /></a></div>
O resultado dessa campanha será a distribuição dessas sacolinhas para as crianças nos dias 15 e 16 de dezembro. O MAE Maria Rosa fica na Rua Vicente Palombo, 34, Jardim Campineiro. Precisamos de voluntarios também para auxiliar na entrega. Obrigada a todas as pessoas que ajudaram. Citei apenas as amigas do Castelo, mas todos os que colaboraram estarão permanentemente nas minhas orações. Bancar o Papai Noel é mais fácil do que parece. Basta observar quantas pessoas generosas e maravilhosas Deus teve o cuidado de colocar ao seu redor.
Vera Longuini
Jornalista e escritora
Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-72187658062848200052012-08-07T10:36:00.002-07:002012-08-07T10:36:18.075-07:00Doces lembranças - Campanha pelo balãoO Clovis Cordeiro contou outro dia que os moradores do bairro iniciarão uma campanha
para resgatar a praça conhecida como “balão do castelo”. A proposta dos moradores,
de acordo com ele, é que o formato volte a ser circular, aumentando, assim, uma faixa
de rolamento para os veículos hoje espremidos nos engarrafamentos frequentes em
praticamente todas as horas do dia.
A alteração da forma geométrica da praça, na época, foi necessária para evitar
os “rachas” que ali aconteciam. Na minha adolescência, a gíria utilizada era “curvar no
Castelo”, em referencia à caixa d´água, ou “curvar na Torre”, considerando que emuma
das esquinas, onde está instalada hoje uma loja de sanduíches, funcionava a Torre de
Pizza, uma lanchonete e pizzaria muito famosa na época.
Mudar a forma geométrica da praça para evitar acidentes pode até ser uma medida
aceitável. Mas derrubar todas as arvores que lá haviam foi um crime. Até hoje não me
conformo com a “amputação” feita na praça que, convenhamos, ficou horrível.
Na minha infância, lembro-me dos bancos sob as enormes árvores nos quais nos
sentávamos para tomar sorvete ou para esperar um taxi que tinha ponto bem ali no
balão. Recordo-me também do bar do pai do Ricardo, dono do Papai Salim, que ficava
dentro do Castelo. No balcão, ao lado da escada, o baleiro de vidro redondo repleto de
balas Juquinha e de gominhas era de dar água na boca.
Subir até o topo era uma aventura que começava na escada estreita e escura.
Cochichávamos para não chamar a atenção dos imaginários guardiões do Castelo, pois
estávamos em uma importante missão: resgatar os prisioneiros de um maldoso rei,
isolados no alto da torre. O ambiente começava a clarear quando estávamos próximos
ao topo da escada. Como num passe de mágica, nos deparávamos com um lindo céu
estrelado, pintado no teto abobadado.
Do nada, mudávamos a brincadeira e com a cabeça para traz, olhos arregalados e boca
aberta, tentávamos contar as estrelinhas douradas e identificar onde estavam as “Três
Marias”, o “Cruzeiro do Sul” e o “rabo do escorpião”. Depois, na pontinha dos pés,
nos apoiávamos perigosamente no beiral para vislumbrar Campinas, de Norte a Sul, de
Leste a Oeste. Era sempre a mesma brincadeira e sempre era divertido.
Na adolescência, conforme já contei várias vezes aqui, ficávamos sentados nas muretas
laterais da Torre de Pizza esperando o “racha”. A exibição não era apenas dos Fuscas,
Mavericks, Kombis e Opalas em alta velocidade, cantando pneus e colocando e risco
todos os que estavam por ali. Tinham os exibicionistas. Alguns colocavam o bumbum
pelado na janela do passageiro enquanto o motorista, bem devagar, circulava pelo balão
e buzinava para chamar a atenção da moçada que entupia as calçadas em volta.
Outros, mais afoitos, tiravam toda a roupa e realizavam a “volta olímpica” em torno
do Castelo. Esses adolescentes não tinham computadores, internet, facebook e, talvez,
consideramos hoje muito compreensível a maneira que eles tinham para tentar aparecer,
não é mesmo?
Espero que a campanha surta um bom efeito e que o balão do Castelo volte a
ser “redondo” e que, como já existe tecnologia para o replantio de árvores adultas, que o
verde volte a circundar e a enfeitar a praça.
Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.brDoces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-13817917235821710802012-07-10T06:47:00.005-07:002012-07-10T06:48:31.473-07:00Linha diretaA Festa Junina da Igreja Cristo Rei parece ter batido todos os recordes: de
público, de patrocinadores, de colaboradores e de voluntários. Nos quatro dias
do evento não havia espaço nas mesas dispostas na quadra de futebol e na
rua lateral, assim como no salão onde foi realizado o bingo.
Os banners dos patrocinadores já tomaram todo o alambrado do espaço
externo e, apesar das longas filas, principalmente nas barracas de pastel e
do sanduiche de calabresa e nos brinquedos pula-pula e touro mecânico, o
atendimento feito pelos voluntários foi impecável. O tempo ajudou e a chuva,
que insistiu em cair forte até a sexta-feira que antecedeu a festa, cessou.
Dizem as boas línguas que foi graças ao seguinte recadinho que o Cônego
Luis Carlos Magalhães mandou para São Pedro pelo facebook:
“Bom dia, meu amigo Pedrão. Neste final de semana e, também, no próximo,
vamos ter a festa junina aqui na Paróquia Cristo Rei. É uma festa muito
bacana na qual toda a comunidade seu reúne com muita alegria. Se continuar
chovendo assim, a festa pode ser prejudicada. Pela consideração que o senhor
tem com nossa comunidade, peço de feche as torneiras aí um pouquinho.
Nossa comunidade agradece. Assinado, padre Maga”.
Pedido atendido, festa realizada com sucesso. Estive lá para conferir e
encontrei muitos amigos queridos dos quais aguardo os e-mails prometidos
com várias histórias para serem contadas aqui. Com a Márcia Barcelos, a
Susi Peralis, a Elizeth Marcolino e a Neusa Fantini lembramos da época em
que dançávamos a quadrilha no Cristo Rei. Em uma delas, a Marcia Barcelos
foi a noiva e chegou em um Ford 59. Quem foi mesmo o noivo? Surgiram
vários nomes e nenhuma conclusão. A Neusinha foi mãe da noiva e criou um
personagem manco para disfarçar o saltinho quebrado do sapato escolhido
para a dança.
Naquela época não havia bingo, ou, melhor dizendo, o jogo era conhecido
como tombola. Nada de salão fechado, mesinhas, cartelas de papel e canetas.
Todos ficavam em volta de uma barraca quadrada. As cartelas eram fixas,
pintadas nos aparadores de madeira. Os números eram marcados com grãos
de feijão. Não havia quadra e nem quina. Só valia a cartela cheia. E todos
saiam com o frango assado com farofa, um dos prêmios ofertados. Menos
eu, que nunca ganhei nada em sorteio, rifas e afins. Talvez seja por isso que
não suporto jogos. Sempre saio com as mãos vazias, mesmo quando todos
ganham, como nos bingos que as “meninas” insistem em fazer – graças a Deus
que só de vez em quando – em nossos encontros das Luluzinhas.
Antes de terminar peço licença para homenagear duas pessoas queridas
que muito contribuíram com a Igreja Cristo Rei e não estão mais, pelo
menos fisicamente, entre nós: o engenheiro Eduardo Mafissione, irmão da
Neusinha Fantini, responsável pelo projeto do salão de festas da paróquia;
e o Sr. Valdomiro Turatti, que todos chamavam de Vlad, marido da dona
Leonina (a dona Nina) e pai da Laine e da Heloisa, que por mais de 40 anos
participou ativamente no Cristo Rei. Que Deus conforte os familiares e amigos,
amenizando a saudade que, certamente, sempre dará aquela triste apertadinha
em nossos corações.
<b>
veralonguini@ateliedanoticia.com.br</b>Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-1696305849672370072012-06-07T06:59:00.005-07:002012-06-07T06:59:46.779-07:00De volta à escolaFoi só citar o Colégio Dom João Nery no último artigo para reavivar a memória de muita gente que lá
estudou. Cada um tem uma história curiosa, engraçada ou, às vezes, até meio confusa para contar sobre
os professores, seus comportamentos e disciplinas. Evito publicar as histórias nas quais as pessoas são
ridicularizadas ou as lembranças estão longe de serem elogiosas, como as que citam aqueles que viviam
de “manguaça” ou que vestiam roupas “inadequadas” ou ainda, que lançavam mão de apagadores e outros
objetos, atirando-os contra os alunos para colocar ordem na classe. Outros tempos, cujos comportamentos
eram considerados normais, mas que hoje poderiam ser delatados como crimes contra a infância e a
juventude. Por isso, decidi escrever apenas sobre as “boas” recordações. Afinal, elas são muito mais
produtivas, não é verdade?
O Davilson Maltoni, por exemplo, teve a delicadeza de enviar-me um e-mail informando que o professor
de Desenho, o Henrique Marchini, desenhou para ele um distintivo da Ponte Preta, guardado até hoje.
Também em seu “baú” está um trabalho de Artes assinado pelo professor Nilton. A torcida masculina
reclamou da ausência do nome da Orleide, professora de História, por quem a maioria suspirava.
A Katia Gabriel Silva postou no facebook que o Basílio, filho do professor Martins, foi seu colega de
trabalho na CPFL. Ela lembrou-se, ainda, dos professores de Educação Física não mencionados no artigo
passado, como a Maria Lina, o Barbosa e o Pádua que usavam, para suas aulas, as dependências do Clube
Andorinhas, no Jardim Chapadão.
Foi a Katia quem também se lembrou da casa situada bem em frente ao portão do Colégio, cujo muro
servia de “poleiro” para os estudantes que ali ficavam paquerando nos horários de entrada e saída das
aulas. Até o dia em que o dono do imóvel decidiu passar graxa no muro para que os estudantes não o
incomodassem mais.
A Marina Francabandiera contou da fanfarra, cujas roupas de “bandeirantes” foram compradas graças
à receita das festas juninas realizadas na escola pelos próprios alunos. Receitas que ajudaram também,
segundo ela, na construção do muro que cerca do Colégio até hoje.
A fanfarra conquistou o primeiro lugar já na sua estreia em um desfile de 7 de setembro, realizado na
avenida Francisco Glicério, graças à chamativa fantasia marrom e amarela adornada por um grande
chapéu e botas pretas.
Ela cita, ainda, que os melhores alunos de cada classe tinham que usar uma fitinha verde e amarela
amarrada à uma medalha do Dom João Nery pendurada por um alfinete no bolso da blusa. Os pais eram
chamados para a cerimônia de entrega realizada no pátio da escola e os alunos destacados subiam ao
palco para que a professora colocasse a medalha. Era um orgulho. Eu não me lembro de ter recebido
nenhuma.
O Miguel Samuel recorda dos tempos do primário, quando os alunos, em fila no pátio, eram obrigados a
cantar o Hino Nacional. Eu me lembro que os alunos que se ofereciam para ajudar na cantina ganhavam
lanche e refrigerante caçulinha. Eu ajudava sempre.
A Elizabeth De Nardo, que na época chamávamos de Beth Baptista, e hoje vive nos Estados Unidos, está
à procura da Alba Regina Ranzani, não sei se para rever a grande amiga ou para saber se ela ainda tem a
receita do “melhor sonho do mundo”, recheado com goiabada ou creme, vendido no barzinho que o pai da
Alba tinha na Rua Erasmo Braga, pertinho do Colégio.
E, vejam que bacana: encontrei-me com a Cidinha Reis, esposa do Luiz Antônio e mãe da Fernanda e do
Felipe. Embora só a irmã dela, a minha xará, Vera, tenha estudado no Dom João Nery, ela disse viajar
no tempo com nossas lembranças, já que morava ali pertinho, na Rua Quintino Bocaiúva. Um beijão,
Cidinha, e espero que você também me ajude a contar um pouco das boas lembranças que todos nós
temos da nossa infância e juventude. Afinal, esse espaço é todo nosso.
<b>
Vera Longuini
veralonguini@ateliedanoticia.com.br<i></i></b>Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-50588814513262873372012-04-08T09:41:00.002-07:002012-04-09T03:17:22.802-07:00Novas gerações<span style="font-weight:bold;"></span><br />Quando você pensa que todas as coincidências, casualidades ou sincronicidades já<br />aconteceram na sua vida, eis que o destino novamente traz boas surpresas. No sábado, 31 de março, fui madrinha do casamento do meu sobrinho Felipe, filho da Kelly, com a Karine, numa linda festa na chácara da noiva, em Pinhalzinho. Quando fui convidada para “abençoar” o casamento, o Felipe me perguntou se eu aceitaria ser madrinha de seu casório junto com um amigo que ele gostava muito, o Ronaldo, que eu sequer conhecia.<br />- Depende, ele é bonito?, brinquei.<br />- As meninas dizem que sim, respondeu.<br />- Então eu topo, aceitei.<br />E não é que o garoto é bonito, mesmo! Só que o lindão do Ronaldo tem aproximadamente<br />a metade da minha idade e é filho da minha xará Vera, irmã da Sônia, da Ivonete e do<br />Washington, que moravam na Rua Alberto Jackson Byington, no Jardim Chapadão. Nós nos<br />reuníamos sempre na mureta da casa do Gilberto (Urtigão), na esquina com a Rua Cônego<br />Manoel Garcia.<br />Pode um negócio desses? Adorei. Quando o Ronaldo me falou que “talvez” eu conhecesse<br />a mãe e as tias dele, fui logo perguntando os nomes. Conforme ele falava, as imagens das amigas voltavam à minha mente. Que delícia. E que bom saber que o destino colocou o Ronaldo e o Felipe na mesma rota para que se tornassem amigos. Amizade da segunda geração, sem qualquer interferência da primeira. Mais uma obra do destino. Chamei as minhas irmãs e o meu irmão e apresentei o Ronaldo para todos:<br />- Vocês nem imaginam quem é esse moço lindo!, eu dizia.<br />Eu me amarro nessas histórias. Até mesmo porque eu vejo sincronia em tudo o que acontece na minha vida. Mesmo quando o “acaso” tem fortes aliados para promoverem esses reencontros, como as redes sociais, pro exemplo. Graças ao Facebook cial já reencontrei centenas de amigos. E, quando acredito que já reencontrei todo mundo, alguém cria um novo grupo e ali aparecem outras dezenas de pessoas que fizeram parte, de alguma forma, de minha história.<br />O grupo mais recente é o DOM JOÃO NERY – Bonfim, a escola primária onde estudei e que, depois, tornou-se ginásio em substituição à escola Hildebrando Siqueira que funcionava no mesmo prédio da Rua Erasmo Braga. Nesse grupo estou lendo e curtindo as Doces Lembranças de antigos colegas, principalmente sobre os professores. Estou resgatando a história do professor Antonio Roiuk, que tantos comentários provocou no Face e será o tema da minha próxima coluna. Entrem no grupo e deixem lá suas lembranças. As mais interessantes eu prometo transcrever no JORNAL DO CASTELO<br /><br />Vera Longuini<br />veralonguini@ateliedanoticia.com.brDoces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-12305573223652369342012-03-14T17:44:00.001-07:002012-03-14T17:44:34.530-07:00Amélia não era a mulher de verdade!Aproveitando o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, gostaria de homenagear algumas das mulheres que, apesar de viver no “Castelo”, não tiveram vidas de princesa, mas transformaram-se em verdadeiras soberanas graças às duras experiências impostas pela vida.<br />Que me perdoem Mário Lago e Ataulfo Alves, mas discordo que a “Amélia é que era mulher de verdade”. Das tantas mulheres que eu conheço e que merecem ser assim chamadas, destacarei a minha mãe, a Maria Helena (Lena) Badolato, e as mães e parentes de amigos meus, como a dona Ordália Cordeiro, a dona Ilse Baptista, a Luiza Dias, a Conceição Costa, a dona Regina Marcolino, a dona Dóris Perallis, Celina Barcellos de Moraes, Alaide Castelli e tantas outras, às quais antecipadamente peço desculpas por não citar aqui.<br />À elas devemos, principalmente, a criação dos filhos maravilhosos que deixaram como seus vivos exemplos na Terra para dar continuidade à uma linhagem que precisa ser mantida. Todos nós, seus filhos, temos que deixar a modéstia de lado e admitirmos que somos pessoas do “bem”, que promovemos a honestidade, a amizade e a dignidade. Graças a essas mulheres maravilhosas que Deus teve o carinho de colocar em nossas vidas.<br />Com “ninhadas” de filhos, elas não tinham máquinas de lavar roupas ou pratos, não tinham faxineiras, empregadas, nem cozinheiras, não tinham automóvel (aliás, a maioria sequer sabia dirigir), não contavam com delivery e com nenhuma das tantas facilidades da vida moderna. Minha mãe, por exemplo, precisava ensaboar, ferver, quarar, lavar novamente, enxaguar e colocar para secar ao sol as nossas roupas encardidas da terra do Chapadão ainda sem asfalto em suas ruas nas quais brincávamos. E foi tão benemérita auxiliando tanto o Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa, a antiga Sopa do Grameiro, onde prestou serviços voluntários por mais de 40 anos, e enquanto a sua saúde permitiu. <br />A dona Ordália, que nada enxergava, além de tudo, ainda ajudava no sustento da casa, costurando chapéus para a fábrica dos Cury. A Conceição Costa, que além de mãe foi uma super tia para todos nós, realizou paralelamente à sua vida doméstica um grande trabalho de assistência aos jovens viciados em drogas que pudemos acompanhar tão de perto. <br />Mulheres que, se a dificuldade apareceu, não passaram fome ao lado dos maridos e, em vez de acharem graça de “não ter o que comer” ou de enfrentar qualquer outra dificuldade, arregaçaram as mangas e foram à luta, priorizando a prole e ajudando – ou sozinhas – a sustentar seus lares. Não viveram só de amor e, apesar de, certamente, também sonharem e suspirarem para a lua, vestiram a armadura para enfrentar a tudo e a todos que um dia chegaram a ameaçar os seus castelos. São soldadas, são guerreiras, são exemplos. Das Amélias que conheço, só mesmo a que leva o Maria antes do nome e o Sanches como sobrenome, enfermeira de primeira linha e que curou tantas feridas, próprias e alheias, com toda a dignidade que o mundo lhe deu.<br />É para essas mulheres a minha homenagem: que cuidam de seus filhos, pois sabem a responsabilidade que assumiram perante a vida ao dar a luz e, ainda, conseguiram tempo, coragem e disposição para cuidar de tantos outros. Embora algumas já não estejam fisicamente aqui, sei que ainda continuam olhando, orando e torcendo por nós. Obrigada pelos exemplos que nos deram. Obrigada por terem feito parte e por ainda estar em nossas vidas. <br /><br /><strong></strong>Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-74385613912633464102012-02-08T07:15:00.002-08:002012-04-09T03:19:24.631-07:00Vivendo e aprendendo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhyphenhyphen8z8c-OdQNFUStQI6_H5qcuJ9fNJ_h2sk89joAp7xyBCLUSN6sVwXKsaqmgRvfm63qN7sSFk4bdxmSSM_iC9Fls6J_bKmDIrwiWXUkinRuVs4I4qsQz7Q82UvsqBvsG8kYiJBPYTe7w/s1600/Marcos+Cordeiro_Blog.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhyphenhyphen8z8c-OdQNFUStQI6_H5qcuJ9fNJ_h2sk89joAp7xyBCLUSN6sVwXKsaqmgRvfm63qN7sSFk4bdxmSSM_iC9Fls6J_bKmDIrwiWXUkinRuVs4I4qsQz7Q82UvsqBvsG8kYiJBPYTe7w/s320/Marcos+Cordeiro_Blog.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5706784526724469186" /></a><br /><br />Tudo o que acontece em nossa vida tem por objetivo um ensinamento. Nós é que demoramos a perceber essa sutileza. <br />Em novembro, eu estive às voltas com os mais diversos transtornos após ter sido cassada a minha carteira de habilitação. Procurando ser mais correta possível, ao saber que atingi 20 pontos em multas, entreguei a minha carteira de motorista às autoridades de trânsito e participei de todo o processo legal para reaver o meu direito de dirigir.<br />Porém, só eu cumpri a minha parte. Os orgãos governamentais deixaram a desejar. Mas essa é outra história. Parte dela é o que interessa nesse momento. <br />Depois de cumprido o “castigo” e atendido todas as exigências, procurei o Poupatempo do Campinas Shopping, logo às 9 horas da manhã, crente que voltaria para casa com a minha nova habilitação.<br />A Lei de Murphy, nesse dia, estava implacável: o sistema de informática do exame médico ficou horas fora do ar, mais de 400 pessoas aguardavam na fila do Banco do Brasil para efetuar o pagamento das taxas e o prazo de entrega foi estendido para o dia seguinte.<br />Eram 17 horas e eu continuava no Poupatempo, sem almoço, abandonando o meu trabalho e com o humor tão péssimo que nem eu podia suportar.<br />Depois de brigar com meio mundo, chorar, espernear, cai na real e me convenci que teria mesmo que retornar no dia seguinte.<br />A pé, constatei que não conseguiria chegar, de ônibus, à sessão de terapia agendada para as 18 horas, no bairro Guanabara. Para piorar, as nuvens negras, baixas e carregadas anunciavam um temporal.<br />Decidi pegar um taxi. Mas me lembrei que havia gasto todo o dinheiro em espécie no Poupatempo e que não portava o cartão de débito para saques no caixa eletrônico do Shopping. <br />Também não ando com talão de cheques. Só me restavam R$ 30,00 e o cartão de crédito, não aceito pelo único taxista disponível no local. <br />Ai começa a história que quero contar hoje. Eu já estava tão nervosa que para não perder o controle tentava me convencer de que nada acontece por acaso e que tudo e todas as situações devem ser encaradas como lições.<br />Eu não entendia o que eu tinha que aprender ali, com tanto descaso, com a péssima qualidade do serviço governamental e com a perda da minha carteria de habilitação.<br />Por mais que quisesse manter o pensamento positivo, não conseguia.<br />Até que, do nada, surgiu uma moça que, ao ouvir eu perguntar o preço da corrida ao taxista até o bairro Guanabara, me perguntou se eu não poderia dividir a viagem com ela que estava muito atrasada para comprar passes para seus funcionários na Transurc - exatamente no caminho que eu seguiria. Com essa carona inesperada e a divisão da despesa, consegui chegar ao consultório da Debora em tempo, e com R$ 10,00 na carteira.<br />Mas, tinha a volta para a minha casa. A Debora poderia me dar uma carona, pois justo naquele dia tinha um jantar e eu fiquei envergonhada de pedir que desviasse no caminho.<br />Foi ai que meu irmão Carlinhos me ligou e pedi-lhe um carona. Agradeci, dispensei a Debora e fiquei a esperá-lo. Cinco minutos após eu estar sozinha, o Carlinhos me chama pelo rádio para avisar que a bateria de seu carro havia pifado e que aguardava o socorro.<br />Cansada e perguntado a Deus “o que foi que eu fiz dessa vez para merecer isso?”, solicitei a recepcionista do consultório um número qualquer de um serviço de taxi.<br />Liguei e expliquei que não mandassem qualquer taxi me atender. Precisava de um que aceitasse cartão de crédito, única forma de pagamento que eu dispunha naquele momento.<br />Rapidamente o taxi chegou e enquanto eu entrava no carro, chamei o meu irmão para informá-lo que agora seria eu quem iria socorrê-lo. Mas entrei no banco de trás o taxista informou:<br />-Só levo se for jornalista!. <br />Para minha surpresa, sentado à direção estava o Marquinhos Cordeiro, irmão do Clovis e cunhado da Lázara, os “todo-poderosos” desse jornal e meus amigos de infância.<br />O interesante é que nem taxista o Marquinhos é. Ele trabalha na área de informática e apenas dirigia o taxi do cunhado para fazer um bico. É mole?<br />Pedi que fosse comigo ver se o socorro já estava atendendo o meu irmão e, depois, segui para casa, cansada, mas aliviada e contente, principalmente por ter entendido a lição que a vida quis me ensinar:<br />“Qualquer que seja o mal momento que eu tenha que enfrentar, Deus sempre dará um jeito de manter os meus amigos por perto para me socorrer e para me ajudar”. Amém!!!Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-88879504772385532812012-01-17T14:54:00.001-08:002012-01-17T14:54:58.116-08:00Doces lembranças ... Amizade para toda a vidaTenho que agradecer a Deus, todos os dias, os bons amigos que ele colocou na minha<br />vida não apenas em momentos singulares, mas para me acompanharem durante toda a<br />minha jornada. A maioria deles vem e vão. E mais uma vez retornam ao meu convívio.<br />Quem conviveu comigo no final dos anos 1980 se lembrará da Shirley Costa, que agora<br />assina também Charbonnier, graças ao seu casamento com o Jean Michel, um simpático<br />francês que tenta me convencer de que é rabugento. Eu a conheci em 1987 quando da<br />minha estréia como professora no Curso de Jornalismo da Puc. Ela era amiga de alunos<br />meus. Tínhamos, todos, pouco mais de 20 anos de idade.<br />Shirley morava em Valinhos e trabalhava, então, na loja de roupas da Rosângela.<br />Ficamos amigas de imediato. Saíamos para as noitadas, principalmente às quintas-<br />feiras, no Flor de Liz, com a Laine Turati e o Ivan Fontana. Sempre dormíamos na casa<br />da mãe dela ou da minha.<br />Dois anos depois de uma amizade bem chiclete, Shirley decidiu tentar a vida em<br />Portugal junto com as amigas Dayla e Marcia. Na época não existiam celulares e muito<br />menos internet. A ligação telefônica para o Exterior custava uma fortuna e a nossa<br />comunicação começou por meio de cartas e cartões em datas especiais. Em 1994 tive<br />a oportunidade de viajar para a Europa e inclui Portugal no roteiro para reencontrar a<br />minha querida amiga. Passamos uma semana maravilhosa entre Lisboa e o Algarves.<br />Nos anos seguintes muitas coisas aconteceram na minha vida e na dela e acabamos<br />nos separando. Eu perdi os contatos da Shirley e, ela, os meus. Conseguimos nos<br />reencontrar em 2004, quando participei do Programa do Jô para falar sobre o livro<br />biográfico de Vandir Dias. O programa foi exibido em Portugal e assistido pela Eliana,<br />a irmã mais nova da Shirley, que sempre foi obrigada a ceder sua cama para mim.<br />Apesar disso, Lica teve o cuidado de ligar para a produção do Jô para pedir o meu<br />telefone. Em 2007 Shirley e Jean Michel estiveram aqui. No ano passado, consegui<br />passar três dias com ela em Cascais, no apartamento da Eliana, que, é lógico, foi<br />obrigada, mais uma vez, a ceder a cama para mim e até hoje questiona se fez bem em<br />me localizar. Foi pouco para matar tanta saudade. Tanto que voltei agora, no final do<br />ano, para passar as festas em Estremoz com essa família maravilhosa. Sinto muito<br />orgulho dessa bem sucedida empresária que mantêm um escritório de comunicação<br />em Portugal e, outro, em Madri, e que ainda chamo de Shirloca. A vida na Europa e o<br />sucesso profissional e pessoal não alteraram em nada a sua meiguice, o seu coleguismo,<br />o seu companheirismo e a nossa grande amizade. Espero, de verdade, que a vida nunca<br />mais nos separe.<br /><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Vera Longuini<br />veralonguini@ateliedanoticia.com.br</span>Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-41010486143646497442011-12-10T12:47:00.000-08:002011-12-10T13:06:43.883-08:00As meninas do vôlei do Circulo Militar<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgastkPVrAnzPJK7OPmqc0JTAYtqEW8GE44O6xegxTkdjTbJMQ8d_Y-AftIp9Oncw6Fw4lm6luP4NAs89bDt8cJPkCrUlpAsFIaW_yd-gfIMBhFYZQRxGub5yKKEY4apK1zLCBttTdTIjQ/s1600/As+Meninas+do+Volei_atual+1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgastkPVrAnzPJK7OPmqc0JTAYtqEW8GE44O6xegxTkdjTbJMQ8d_Y-AftIp9Oncw6Fw4lm6luP4NAs89bDt8cJPkCrUlpAsFIaW_yd-gfIMBhFYZQRxGub5yKKEY4apK1zLCBttTdTIjQ/s320/As+Meninas+do+Volei_atual+1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5684606205443848210" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2DQwutR8qY41WVur0-7qVPi5ycuJyMDCQeVH9ntyZoPqc2HbM7gUFDLTDgfw-GXyVx1ZLycIGzBnzpBTqoxBFwSKwIAIdhrLfvDIOIcsg1zIaiJcPVrZ06UDaambEweDHrllXjUkxDI/s1600/As+Meninas+do+Volei_+antiga.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 212px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2DQwutR8qY41WVur0-7qVPi5ycuJyMDCQeVH9ntyZoPqc2HbM7gUFDLTDgfw-GXyVx1ZLycIGzBnzpBTqoxBFwSKwIAIdhrLfvDIOIcsg1zIaiJcPVrZ06UDaambEweDHrllXjUkxDI/s320/As+Meninas+do+Volei_+antiga.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5684605983693982274" /></a><br /><span style="font-weight:bold;"></span><br />Tutti, Cris Vosgrau, Verinha, Celinha e Claudinha<br />Denise, Neusinha Fantini, Cris Fernandes, Ciça e Ana Vosgrau<br /><br />Acabo de concluir que sou uma pessoa enturmada: tenho a turma de amigos da infância, do Culto à Ciência, do Jornalismo da Pucc, da ex-CPFL, da EPTV, do Correio Popular etc. Todas formadas por amigas e amigos queridos com os quais eu ainda me encontro e mantenho ótimo relacionamento. Mesmo que os encontros, em alguns casos, sejam anuais ou aconteçam em uma periodicidade maior.<br />Pois acabo de reencontrar uma nova turma: a das Meninas do Vôlei do Circulo Militar. O reencontro começou no facebook e culminou com a uma reunião no sábado, 03 de dezembro, na casa da Marcia Franciosi Nardini. O bacana é que todas nós continuamos as mesmas, algumas, inclusive eu, apenas com alguns quilinhos a mais para caber as grandes alegrias que a vida nos deu. Prova disso é que ninguém perguntou: <br />-Quem é você, mesmo?<br />E, continuamos “inhas”: Celinha (Grassi), Claudinha (Zanchetta), Betinha (Henn), Neusinha (Fantini) e Verinha (Longuini). Só a Marcia, que a gente chamava de Pata. Foram também ao (re) encontro a Cristina Fernandes, as irmãs Beraldo - Claudete e a Iara - e a Glaucia Crepaldi. A Alvarina e a Maria Cristina, que jogaram na Hípica, também apareceram por lá.<br />Sentadas: Celinha, Neusinha e Marcia<br />Lembramos das broncas do técnico Barbosa, e das amáveis palavras que ele nos dirigia quando estava nervoso; da Kombi amarela e preta que nos levava para casa no final dos treinos e dos jogos; dos títulos que conquistamos para o clube e do sanduiche de pão murcho recheado com presunto e queijo que nos era oferecido após cada partida nos campeonatos principais. <br />A maioria eu não via desde os meus 17 anos, quando ingressei na Faculdade e tive que parar de jogar vôlei para poder trabalhar e pagar meus estudos. Aliás, eu fui a primeira a parar, mas, como já disse, apenas por um motivo de “força maior”. Algumas pararam por volta dos 20 e poucos anos e, outras, continuam na lida, ainda enfrentando as quadras e dominando a bola e a rede, como a Glaucia, a Betinha, a Neusinha e as irmãs Beraldo. Senti a maior “inveja branca” delas, que ainda treinam, competem e amam o voleibol que foi uma parte muito importante de nossas vidas, numa época em que esporte não era, ainda, “coisa de meninas”. <br />Mas, nós, estávamos lá, treinando em quadra de saibro, a céu aberto, inclusive nas noites frias que pareciam ainda mais geladas no descampado do clube. Voltávamos com os nossos “Bambas” imundos de terra vermelha. Quadras cobertas só a do Taquaral, Tênis Clube e Regatas, usadas nos jogos oficiais, sem torcida, sem quase ninguém na arquibancada para prestigiar os nossos feitos. Outros, mas bons tempos. Tanto que marcou, para sempre, as nossas vidas. Valeu, meninas. O tempo pode ter passado, mas a nossa amizade continua vitoriosa!Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-28798043567017622592011-10-29T09:08:00.000-07:002011-10-29T09:10:03.914-07:00Sobrinha de peixe, peixinha éDesde criança eu sempre gostei de escrever. Em casa, apesar do pouco estudo dos meus pais, falar corretamente o português sempre foi uma exigência. Até hoje, uma concordância verbal errada ou a pronúncia de uma palavra inexistente ou trocada é motivo de correção, perto de quem quer que seja. Para quem não está acostumado, pode parecer grosseria, as desde pequenos fomos acostumados a corrigir uns aos outros. E não importa quem esteja por perto. No mínimo, quem ouvir aprende também. <br />Mas essa “insuportável” maia que temos de corrigir uns aos outros em casa pelo menos nos fez falar e escrever corretamente. Talvez, por isso, seguimos fazendo o mesmo com as novas gerações. E não é que está dando certo. No dia do meu aniversário, em setembro, fui surpreendida pela minha sobrinha-neta, Nicole, que tem apenas 15 anos. Há 9 anos, desde que comecei a trabalhar para a Expoflora, ela e os irmãos Isadora e Rafael (está com 5 anos, mas vai lá desde que nasceu) ficam um ou dois dias no evento comigo. Minha mãe também adorava visitar o evento das flores e, em especial, a Chuva de Pétalas. Em vez de contar, prefiro publicar o texto que a Nicole escreveu, intitulado “Porque optei fingir que acredito”. Ela escreveu:<br />“Há alguns anos, eu e minha família somos fiéis ao passeio na cidade das flores. É uma vez ao ano em que deixamos de lado os desentendimentos, decepções e tristezas que existem em qualquer família estranhamente normal. Um dia para dar o devido valor aos pontos altos de se ter uma família.<br />Esses dias são afogados por risadas, piadas sem graça e muita comida. Dia para matar as saudades de quem quase não se vê, dia de amar e ser amado. Dia de sorrir e, em troca, receber sorrisos.<br />A chuva de pétalas sempre foi a melhor parte. Todo mundo junto, grudadinho para presenciar a chuva mais delicada que existe. Finalzinho da tarde e todos estendem e elevam as mãos para sentir o toque das pétalas. Esse momento sempre foi bonito, já que dizem que quem segurar uma pétala ainda no ar tem um sonho realizado. E todos os anos eram iguais: milhões de sonhos, mãos para o alto, pessoas e pétalas<br />No ano que passou, minha família perdeu um pedaço. A nossa querida abelha rainha – conhecida também por ser irmã, tia, mãe, avó e bisavó -, resolveu que era a hora de partir para o andar de cima e nos deixou sem... sem mãe, avó e bisavó, que é o meu caso. A saudade tomou conta das casas e das pessoas e, por um bom tempo, ninguém conseguiu ouvir a palavra capelete sem deixar que uma lágrima escorresse de seus olhos.<br />Eu era aquela pessoa que tentava segurar pétalas por diversão, mas nunca acreditei na história da realização de sonhos. Porém, esse ano, a vontade de segurar uma pétala foi maior. Era como se alguma coisa estivesse me puxando para lá. Fiquei bem na frente e levantei as mãos. Estava disposta a segurar uma pétala.<br />A chuva com cheiro de flor começou e lá fui eu tentar segurar e sentir o cheiro da rosa. Depois de inúmeras tentativas frustradas deixei a mão direita aberta e não a movi. Um minuto, aproximadamente, se passou e, finalmente, uma pétala pousou sobre a palma da minha mão. Resolvi não conter o choro e o deixei percorrer o meu rosto. Choro de saudade e alegria caminhando de mãos dadas. Saí de lá com a pétala na mão e sentei-me em um canteiro de flores em frente à Sala da Imprensa. Fiquei quieta e comecei a curtir a saudade da minha bisa que voltou para me visitar.<br />Para a minha surpresa, a música “Como é grande o meu amor por você”, do Roberto Carlos, começou a tocar. Uma música que a dona Maria Helena – minha bisa – adorava e vivia a cantarolar. Optei fingir que acredito na história das pétalas, por sempre ouvir a minha “véia” falando que gostaria de segurar várias pétalas para pedir amor, alegria, saúde, dinheiro e paz para os parentes e amigos.<br />De agora em diante, tentarei pegar o máximo de pétalas que eu conseguir, para poder continuar a pedir todas as boas coisas que ela pedia. Assim, poderei lembrá-la com mais amor e saudade do que eu me lembro hoje”.<br />Não é uma fofa? Acho que logo,logo, essa menina puxa o meu tapete.<br /><br /><em><strong>Vera Longuini<br />veralonguini@ateliedanoticia.com.br</strong></em>Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-89821813001758377892011-05-28T13:19:00.000-07:002011-05-28T13:20:59.309-07:00Vida cigana<span style="font-weight:bold;"></span>Embora eu esteja em plena viagem de férias, só estou escrevendo a coluna esse mês porque a Neusinha Mafissioni e a Glaucia Crepaldi reclamaram da minha ausência no jornal. Fiquei tão feliz que prometi não falhar mais. Como estou longe, não tenho como pedir a ajuda dos amigos, mas aqui vai. Por sugestão do Clovinho, vou relembrar da época em que o Chapadão foi “invadido” por ciganos.<br />Quem morou no Castelo no final das década de 1960 e início dos anos 1970 deve lembrar-se da grande quantidade de barracas que durante anos ocuparam os terrenos baldios alheios, entre as casas recém construídas no loteamento que foi criado nas terras da antiga Fazenda Chapadão. <br />Creio que esse foi o primeiro bairro – ou um dos primeiros - escolhido pelos imigrantes, vindos principalmente da Romênia, para viver em Campinas. O inusitado para nós é que os nossos novos vizinhos moravam em tendas, sem energia elétrica e água encanada e tinham costumes bem diferentes dos nossos. Acho que foram os primeiros estrangeiros que conheci, além dos meus avôs.<br />Os moradores os viam com curiosidade, espanto e, alguns, até com medo. Afinal, ninguém sabia ao certo de onde vinham o que faziam aquelas pessoas. Os comentários eram de que viviam da venda de tachos de cobre e outros objetos artesanais.<br />Como ocupavam terrenos que nem deles eram, com a autorização de alguns moradores mais tolerantes faziam “gatos” na rede de energia elétrica e emprestavam a água das casas vizinhas. Alguns moradores reclamavam, mas meus pais nunca se incomodaram com isso. <br />Uma das famílias instalou uma barraca bem em frente à nossa casa, na Rua Ibsen da Costa Manso, e, por isso, era comum vê-los enchendo baldes de água nas torneiras de nosso jardim.<br />Lembro-me das ciganas banhando-se e aos seus filhos em bacias, ocultadas apenas por longos tecidos coloridos pendurados em cordas, como se secassem em um varal. Também me recordo dos comentários que corriam pelo bairro pelo fato das ciganas não terem vergonha de sacar o peito em público para dar de mamar às crianças, numa época complicada e moralista quando as campanhas de conscientização sobre a importância da amamentação materna sequer eram cogitadas para exibição nas emissoras de TV.<br />Seus modos e costumes eram, simplesmente, diferentes e, por isso, talvez provocassem um misto de admiração e indignação nas pessoas que começavam a povoar o bairro. A grande herança que temos de meus pais foi o ensinamento de sempre aceitar a todos como amigos e a nunca discriminar ninguém. Descontadas as brigas comuns entre as crianças, nosso relacionamento com os ciganos sempre foi muito bom.<br />Cética, minha mãe só não gostava quando alguma cigana oferecia-se para ler a sua mão em troca de alguns trocados. Sempre com respostas prontas, dona Lena devolvia:<br />-Não, obrigada. Mas se quiser eu posso ler a sua, respondia, para encerrar de vez a conversa.<br />Depois de um tempo vivendo em barracas, os ciganos começaram a adquirir os terrenos e a construir casas. Como meu pai ajudou na construção de muitas delas ou fez a parte de marcenaria daquelas residências, os ciganos passaram a nos convidar para as suas festas. As de casamento lembro-me bem, duravam três dias. Uma delas foi realizada pela simpática família do Emilio Bechara (acho que era esse o seu nome), que morava na esquina da Rua Bento da Silva Leite com a Avenida João Erbolato. <br />Nos terrenos desocupados foram montadas imensas barracas com mesas e bancos de madeira. A comida era muito farta, com direito a porco assado no rolete. As ciganas, com suas saias longas e coloridas e suas blusas ousadamente decotadas para a época, enfeitaram-se ainda mais, abusando do dourado nas vestimentas. As casadas distinguiam-se das solteiras pelo lenço que usavam na cabeça.<br />Embora construíssem casas grandes, as moradias dos ciganos, naquela época, dificilmente tinham portas, armários e acabamentos. Tão pouco móveis. A estrutura interna continuava sendo a das barracas, com panos pendurados nos ambientes e o único conforto eram os tapetes espalhados pelo chão. Depois de um tempo eles deixaram o Castelo e começaram a construir no Alto do Jardim Eulina e Taquaral. Perdemos totalmente o contato e hoje nem sei mais onde estão. <br />Em tempo. Esse mês tem a festa Junina da Igreja Cristo Rei. Estarei por lá, na barraca de minipizza, ajudando o Clovinho e a Lazinha. Que tal nos reunirmos para um quentão? Espero por vocês.Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-59389454024107445642011-05-02T13:05:00.001-07:002011-05-02T18:16:54.910-07:00Solidariedade a granel<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYdz0iYJKUiPjHUhU8AE88CuEa7j9Ml7muCiPNbLDocxLmviSEqDRCzywCE4OV44S8_4E_Ul-NnUEam9vTgubUr4LEX48TiCcogjjv1ATYGaNzDJppLS1UdNstD13HgkfvjnmUMyQMSh8/s1600/Solidariedade_2.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 212px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYdz0iYJKUiPjHUhU8AE88CuEa7j9Ml7muCiPNbLDocxLmviSEqDRCzywCE4OV44S8_4E_Ul-NnUEam9vTgubUr4LEX48TiCcogjjv1ATYGaNzDJppLS1UdNstD13HgkfvjnmUMyQMSh8/s320/Solidariedade_2.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5602292657554134274" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisfF5VqGlnh3mqADf3Y99AmJfHwuPrTAVpsP_m85mdAMWYuxoVUejO0MgEUv6qK4PuEeUGknantl8FCHu2p2_FHH0wb0cNKMqazQ1ihVjk3vI2PRsGU5inIgfUDkv65LO4ULNi_uLb9gw/s1600/Solidariedade0501.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 212px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisfF5VqGlnh3mqADf3Y99AmJfHwuPrTAVpsP_m85mdAMWYuxoVUejO0MgEUv6qK4PuEeUGknantl8FCHu2p2_FHH0wb0cNKMqazQ1ihVjk3vI2PRsGU5inIgfUDkv65LO4ULNi_uLb9gw/s320/Solidariedade0501.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5602213038237033490" /></a><br /><br />Muita gente pensa em ajudar ao próximo, mas não sabe por onde começar. A justificativa mais comum é a falta de tempo e de dinheiro para qualquer ação beneficente. Há muito tempo a vida vem me provando que a história não é bem assim. Assim como toda grande obra é sustentada por pequenos tijolos, uma boa ação é calcada no espírito de solidariedade e no amor que tomos trazemos no coração. <br />Os desafios, é claro, a primeira vista parecem imensos. Mas basta decidir enfrentar-los para que pessoas com vontade de ajudar surjam muitas vezes de maneiras insólitas ou inesperadas, em nosso caminho. Exemplos não me faltam nesses mais de 40 anos em que, levada pela minha mãe, decidi colaborar com o MAE Maria Rosa (antiga Sopa do Grameiro).<br />Um dos exemplos foi no Natal de 2010. Graças à colaboração de centenas de pessoas, conseguimos fazer com que o Papai Noel entregasse cerca de 400 sacolinhas com presentes, roupas, livros e produtos de higiene pessoal para as crianças e adolescentes do e para mais quatro creches que a própria entidade auxilia, na região dos Amarais e do bairro Matão. <br />Na Páscoa, não foi diferente. Tínhamos o compromisso de doar 250 ovos de chocolate para as crianças atendidas no Jardim Campineiro. Os preços praticados no mercado dificultavam a nossa tarefa. Eis que surge, pelo segundo ano consecutivo, a Marina, da Zenith Food, uma microempresa que funciona na Avenida João Erbolato, no Jardim Chapadão, para nos mostrar que nem sempre o lucro é apenas a sobra do dinheiro que entra na conta corrente. <br />A Marina produziu com exclusividade para a entidade, deliciosos ovos de 250 g cada, cobrando somente R$ 5,50 a unidade. A “turma do Castelo” ajudou muito, comprando caixas com 10 ovos ou passando o chapéu entre os amigos. Cada um colaborou como podia: a Laine Turati, que mora na avenida papa Pio XII, encarregou-se de arrecadar o dinheiro com os jornalistas do Correio Popular, onde trabalha. A Renata Tavares, que vive nas proximidades da Pedreira do Chapadão, fez o mesmo com o pessoal da Thema Relações Públicas. A Rosa Guedes, mãe da Renata, e a Lazinha Paes Lemes e o Clovis Cordeiro doaram caixas com 10 unidades. Mais gente ajudou: o pessoal da Embramac, capitaneado pela Vera Andrade, a Cristina Beluco, a Renata Sanches e a Valéria Salek, são algumas das amigas que estão sempre a postos em todas as campanhas nas quais nos envolvemos.<br />Assim, de ovo em ovo fizemos a Páscoa das crianças da entidade. Se os R$ 1.350,00 necessários nos pareceram uma fortuna no início da campanha, graças à contribuição de mais de cem pessoas, cada uma contribuindo com quanto dispunha no momento, pagamos pelos chocolates e, ainda, conseguimos cachorro quente e refrigerantes para a festinha de entrega. Parece pouco. E é, porque tem mais.<br />Lembram-se das quatro creches que ajudamos também no Natal? Elas pediram ajuda na Páscoa, mas a diretoria do MAE Maria Rosa explicou que estava difícil até mesmo para atender as crianças da entidade. Só que, conforme expliquei, a ajuda sempre aparece e só Deus – com certeza, só Ele mesmo – sabe de onde vem.<br />Na terça-feira antes da Páscoa a minha irmã Regina, que trabalha no Colégio Educap, na Vila Nova, me telefonou informando que as crianças da escola haviam feito uma campanha da Páscoa para o mãe Maria Rosa e solicitava que alguém fosse buscar as doações: óleo, macarrão, leite, achocolatado e muitos outros alimentos que garantirão as refeições para as crianças da entidade até o final do semestre. <br />Entre os donativos, 240 ovos de chocolate, embrulhados em sacolinhas decoradas com desenhos de coelhinhos pintados pelos alunos do Colégio. Doações suficientes para atendermos as mesmas quatro creches que ajudamos no Natal. Preciso contar mais?<br /><br />Vera Longuini<br />veralonguini@ateliedanoticia.com.brDoces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5801913495489233113.post-88634575865516071332011-02-08T13:38:00.001-08:002011-02-08T13:45:51.441-08:00O sapatinho da mamãe<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71d5ZioxO0jB-useRszd4Cswk194uafXdevUfIVxrx-2biaNRvh50qdMOwnieaTX6NmqnqK-P15mlohCslzmaJp9Y2Jbvwyd-fQeBLeONQh2c3Kb3JkE3HDH9kmMrYc8Wg3j7vTi6Sps/s1600/Renata_Niver.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71d5ZioxO0jB-useRszd4Cswk194uafXdevUfIVxrx-2biaNRvh50qdMOwnieaTX6NmqnqK-P15mlohCslzmaJp9Y2Jbvwyd-fQeBLeONQh2c3Kb3JkE3HDH9kmMrYc8Wg3j7vTi6Sps/s320/Renata_Niver.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5571438161035682914" /></a><br /><br />Eu já contei parte dessa história aqui. Vou apenas estendê-la. No Dia das Mães de 1986, a jornalista Rosa Guedes lamentou-se com dona Lena sobre a sua vontade de ter um filho. Minha mãe foi até o armário e de lá tirou um sapatinho de lã que ela própria havia tricotado, embrulhou-o para presente e o entregou à Rosa.<br />- No ano que vem você traga esse sapatinho “cheio”, ordenou dona Lena.<br />No dia 23 de janeiro passado o “recheio” do sapatinho da minha mãe completou 24 anos, está com mais de 1,70 de altura e tornou-se uma moça linda, inteligente, estudiosa e trabalhadora, orgulho dos seus pais e, é claro, da tia Lu (que sou eu, se é que alguém não ainda não sabe). <br />A história dos Guedes Tavares, que moraram na Rua Lucio Pereira Peixoto e, agora, vivem na Rua José de França Camargo, no Jardim Chapadão, na nossa vida é muito interessante. <br />O José Carlos Tavares foi meu colega de faculdade. A Rosa Guedes formou-se um ano depois, mas estreitamos a amizade em 1982 quando trabalhamos juntas na Radio Central. Foi amizade a primeira vista. Se bem que a palavra “vista” nesse contexto pode até parecer força de expressão. É que a Rosa, na adolescência, não enxergava muito bem devido ao astigmatismo e hipermetropia. Assim, quando íamos ao cinema, eu me sentava ao lado dela para ler, em voz alta e sob o protesto da platéia, as legendas dos filmes na tela. <br />Valeu a penas, pois acredito piamente que esse sacrifício tenha sido considerado quando o casal Tavares me convidou para madrinha do casamento. Desde então, a nossa amizade só aumento com o passar dos anos. <br />Como a família da Rosa é de Echaporã e a do Tavares de Rinópolis, a dona Lena os adotou como filhos em Campinas, incluindo-os sempre nos domingueiros almoços familiares. Com o nascimento da Renata e, um ano depois da Ana Leda, as meninas também foram incorporadas à árvore genealógica dos Badolato Longuini. A quem perguntasse sobre quantos netos tinha, dona Lena respondia de pronto:<br />- Doze.<br />-São 10, alguém sempre a corrigia. <br />-Não, são doze. Você não contou a Renata e a Ana Leda, dizia.<br />Quando a Renatinha nasceu eu era muito baladeira. Saia todas as noites e chegava em casa com o Sol quase nascendo, ou, as vezes, já no alto do céu. Com uma filhotinha tão pequena, a Rosa e o Tavares passavam o sabadão trancados em casa e queriam a companhia dos amigos aos domingos. Assim, todos os finais de semana a Rosa me ligava logo pela manhã, com o mesmo apelo:<br /> -Longuini, é a Rosa. Eu te acordei?<br />-Não, respondia. Eu tive que levantar para atender ao telefone que estava tocando, resmungava.<br />-Vem almoçar aqui, pedia.<br />Eu aceitava o convite, mas ia cambaleando de sono. Mal terminava de almoçar, eu pegava a Renatinha no colo e dizia que ia para o quarto fazê-la dormir. Bastava alguém abrir a porta para me flagrar no maior sono e a Renata brincando, sozinha, sentadinha na cama. <br />Certa vez, a rosa e o Tavares viajaram para Buenos Aires e as deixaram comigo. Eu as levava para a escola, fazia comida para elas e, ainda, as “obriguei” a participar de um concurso de redação do Mac Donalds. Mas sei que a Re-re, como a chamo, me perdoa, assim como a Ana Leda, que é tão baladeira quanto a tia e a quem eu também homenageio por aniversariar no dia 28 de fevereiro. A Renata é Relações Públicas e trabalha na Thema. A Leda formou-se em Comércio Exterior e foi contratada pela Motorola. Sempre que podem, elas me visitam. Saímos para tomar cerveja e comentar sobre trabalho e amores. Além de minhas eternas sobrinhas, elas se tornaram minhas grandes amigas. Tanto quanto os seus queridos pais.Doces Lembrançashttp://www.blogger.com/profile/13834657288289499150noreply@blogger.com0