sábado, 19 de janeiro de 2013

DOCES LEMBRANÇAS...Fortes raízes

Daqui não saio, daqui ninguém me tira. O refrão da marchinha de carnaval, sucesso nos anos 50 de autoria de Paquito e Romeu Gentil e cantada pelos Vocalistas Tropicais, foi usado pela Susi Mara Perallis, outro dia, no facebook, numa amorosa manifestação de amor ao bairro na forma de comentário a uma foto do Balão do Castelo. Essa manifestação feita por ela levou-me a anotar os amigos que, apesar dos inúmeros caminhos que a vida lhes apresentou, acabaram voltando às suas origens ou optaram por jamais se desligarem delas. A própria Susi é um exemplo. Depois de casada viveu um tempo em São Paulo e, na primeira oportunidade, comprou uma casa no Jardim Chapadão e voltou para Campinas. Sua irmã, a Sueli, que mora há anos na Alemanha, montou para a filha Patricia um apartamento também no bairro quando ela decidiu retornar ao Brasil. A Elizete Marcolino Belinazo morou um tempo no São Conrado e, agora, está no Guanabara, mantendo firme e forte suas raízes no Chapadão, já que sua mãe, a dona Regina, ainda mora na mesma casa, na Rua Ana Gomes que frequentávamos quando crianças e adolescentes. A irmã dela, a Cristiane, também. Marcia Franciosi Nardini, quando solteira, morava na Avenida Andrade Neves e, agora, está em um condominio próximo à Igreja Cristo Rei. A Neusinha (Neusa Maria Fantini) também casou e mudou, mas, para bem perto. Deixou a vizinhança da Paróquia, mas está bem pertinho do Clube Andorinhas. O Cesar (Dadá) foi para o Parque da Hípica e há uns dois anos comprou e reformou uma casa para viver perto da mãe, a dona Laíde (Pepa), nas proximidades da Rua Orlando Carpino. A Laine Turatti casou-se com o Ivan Fontana e tentou dois novos endereços até não resistir a tentação de voltar a viver no Chapadão, perto da Escola de Cadetes. O próprio Clovis Cordeiro foi para São Paulo trabalhar na Rádio Jovem Pan e voltou. Casado com a Lazinha morou no Jardim Garcia. No entanto, assim que pode retornou ao bairro. Outros amigos nunca abandonaram o bairro, como a Célia Baptista Grassi e seu irmão Edson Baptista. Quis a vida de sorte deles que as “mudanças” que fizeram não atingissem mais do que três quarteirões. A maioria dos que foram para outros lugares e não voltaram – ainda – contaram com os pais ou avós vivendo bairro, fazendo com que o vínculo não se rompesse. Minha ultima ligação familiar com o Chapadão era o meu tio Julio Martins, que morava atrás da Igreja do Rosário até o final do ano passado. Aos 93 anos, agora viúvo, está morando no centro da cidade com a irmã mais nova. Apesar de não viver no Chapadão desde 1982, ainda me sinto integrante dessa grande comunidade graças aos fortes laços de amizade com todas essas pessoas queridas aqui citadas, que nem o tempo e nem a distância conseguiram desatar. Afinal, embora eu tenha nascido no Cambui, dos dois aos 19 anos eu vi esse bairro ser construído, casa por casa, rua por rua. E quando visito os amigos, parece que nunca sai daí. Quem sabe, um dia, eu volte. Até mesmo porque a minha história com o Chapadão fixou firmes raízes no meu coração.